13 set, 2021 - 19:50 • Lusa
O turismo na região Norte fechou os primeiros sete meses de 2021 com um milhão e 483 mil dormidas, menos 14,3% do que em 2020 e menos 69% do que em 2019, confirma o presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Luís Pedro Martins.
Questionado pela Lusa sobre o porquê de menos 14,3% de dormidas nos primeiros sete meses de 2021, em comparação com o período homólogo de 2020, ano em que apareceu a pandemia e houve o estado de emergência com a obrigação de sucessivos confinamentos, Luís Pedro Martins refere que há três justificações e que uma delas se prende com o facto de janeiro e fevereiro de 2020 terem sido meses de crescimento turístico na região por não haver ainda a pandemia da Covid-19.
“Em primeiro lugar, porque os meses de janeiro e fevereiro de 2020 foram muito fortes, a crescer 15% e 22%”, respetivamente, o que justifica a quebra de 2020.
Outra justificação para a quebra de 14,3% de dormidas explica-se, porque este verão de 2021 entrou-se numa nova vaga de Covid-19, enquanto que no verão de 2020 estava a sair-se da primeira vaga.
No período de “maio e junto tivemos de facto grandes problemas. Por um lado, relativos a essa nova vaga” e, por outro lado, tivemos circunstâncias com alguns mercados que também prejudicaram a atividade [turística na região], como por exemplo aconteceu com Inglaterra, em que tínhamos aberto [as fronteiras] mais ou menos em maio, por altura da Liga dos Campeões (LC) e logo a seguir passado uma semana ou 15 dias voltámos a fechar”.
A final da LC, entre Manchester City e Chelsea, aconteceu no dia 29 de maio deste ano no Estádio do Dragão, no Porto, fazendo na altura aumentar a taxa de ocupação em vários hotéis, existindo mesmo unidades com lotação esgotada, avançou na altura a agência Lusa.
Além do fecho das fronteiras com Inglaterra, também houve circunstâncias semelhantes em relação à Alemanha e também com França, neste último caso houve mesmo declarações secretário de Estado dos Assuntos Europeus francês que veio desaconselhar viagens para Portugal.
Apesar da quebra de dormidas nos primeiros meses de 2021, o presidente da TPNP tem a expectativa de que os resultados depois de agosto e setembro possam “evidenciar que o verão, no seu todo de 2021, seja melhor que 2020”.
“A região do Porto e Norte de Portugal fecha o primeiro semestre de 2021 com mais de 885 mil hóspedes, cotando-se como a primeira no ‘ranking’ nacional de hóspedes”, acrescentou Luis Pedro Martins.
2023 voltará a ter 11 milhões de dormidas
O presidente da Turismo do Porto e Norte (TPNP) e da Associação de Turismo do Porto (ATP) continua a acreditar que a região vai recuperar até 2023 os 11 milhões de dormidas registadas antes da pandemia.
“A partir do final deste ano, numa altura em temos praticamente toda a população vacinada, ou seja, com a imunidade de grupo quase garantida, não há razões para não começar a acreditar que vamos iniciar um regresso à normalidade e, sendo em 2019, os meses de outono e inverno meses bastante fortes, acho que a partir daqui estamos a poder trabalhar para cumprir aquele que é o grande objetivo, que é chegar a 2023 com números de 2019”, disse à agência Lusa Luís Pedro Martins.
"Voltar a ter em 2023 seis milhões de turistas, 11 milhões de dormidas e conseguir que o nosso aeroporto [Sá Carneiro] registe os mesmos valores, que eram 13 milhões de movimentos de passageiros. Esta é a nossa ambição. Conseguir, em dois anos e meio, recuperar tudo o que foi perdido em 2020", declarou, considerando, que venha também um reforço de verbas através da "bazuca" (verbas da União Europeia), "para apoiar as empresas no combate que se avizinha ao nível da promoção internacional".
A nova Rota dos Vinhos e do Enoturismo do Porto e Norte de Portugal, que junta cinco entidades - TPNP, Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, Comissão Vitivinícola Regional Távora-Varosa e Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes – é um dos produtos estratégicos chave da região e está atualmente na fase de recolha de “candidatos e auditorias” e que cujo primeiro grupo de aderentes vai estar pronto no próximo mês de novembro, revelou Luís Pedro Martins.
A Covid-19 provocou pelo menos 4.627.854 mortes em todo o mundo, entre mais de 224,56 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.866 pessoas e foram contabilizados 1.056.042 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.