17 set, 2021 - 19:24 • Redação
O aumento do custo da eletricidade pode travar ou desacelerar a recuperação económica, alertou esta sexta-feira o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
A subida dos preços da energia pode influenciar a inflação e aumentar os custos de produção, disse o chefe de Estado, à margem da cerimónia de atribuição do título de doutor honoris causa pela Universidade de Lisboa a Leonor Beleza.
“É um dos fatores de produção. A energia pesa muito e há quem diga que isto vai projetar-se, mais dia menos dia, na vida das pessoas, mas também na economia e na produção”, alerta Marcelo Rebelo de Sousa.
O Presidente da República sublinha que o agravamento do custo da eletricidade, em alta no mercado ibérico Mibel, “pode ter consequências, por exemplo, na inflação, na subida dos preços”.
Preço vai ser atualizado a partir de 1 de outubro.
“Vamos ver o que se vai passar. Sei que é uma preocupação ampla. Ainda agora, em Roma, ouvi essa preocupação de vários países, o de estar a ver-se finalmente chegar aos preços da eletricidade aquilo que foi o aumento na origem. A confirmar-se, isso pode ser um travão ou uma desaceleração da recuperação económica”, sublinha Marcelo Rebelo de Sousa.
O alerta do Presidente foi deixado dois dias depois de ser anunciado que o preço da eletricidade vai voltar a aumentar, a partir de 1 de outubro.
A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) determina uma subida de 1,05 euros por mês para a maioria dos consumidores em mercado regulado.
Numa nota publicada na quarta-feira, a ERSE explicou que a "tarifa de energia reflete o custo de aquisição de energia do Comercializador de Último Recurso (CUR) nos mercados grossistas, sendo uma das componentes que integra o preço final pago pelos consumidores no mercado regulado".
Os preços no Mibel estão a bater sucessivos recordes diários nas últimas semanas.
A principal explicação é a escalada que o preço do gás natural tem tido no mercado internacional, ao mesmo tempo que tem aumentado o preço das licenças de emissão de dióxido de carbono.
O Governo espanhol aprovou na terça-feira uma série de medidas para baixar o preço da eletricidade, entre elas a redução de 5,11% para 0,5% do imposto especial sobre a eletricidade, que é cobrado na fatura de famílias e empresas.