28 set, 2021 - 20:54 • Redação
João Rendeiro, antigo presidente do Banco Privado Português (BPP), terá fugido da Europa para não cumprir as penas de três, cinco e dez anos a que foi condenado no âmbito do caso BPP, segundo avançou esta terça-feira a TVI.
A estação acrescenta que o ex-banqueiro informou a justiça portuguesa de uma deslocação a Londres, mas, ao que tudo indica, terá abandonado solo britânico para um país terceiro, externo à União Europeia, que não terá acordo de extradição com Portugal.
Segundo a TVI, Rendeiro não tenciona regressar a Portugal.
O antigo homem forte do BPP foi condenado este terça-feira a três anos e seis meses de prisão efetiva, por burla qualificada.
Também neste processo estavam acusados os ex-administradores Paulo Guichard e Salvador Fezas Vital (o único presente no tribunal). O primeiro foi condenado a três anos de prisão e o segundo a dois anos e seis meses de prisão.
Outros dois ex-administradores do BPP foram conden(...)
Na origem deste julgamento está a queixa do embaixador jubilado Júlio Mascarenhas que, em 2008, investiu 250 mil euros em obrigações do BPP, poucos meses antes de ser público que a instituição liderada por João Rendeiro estava numa situação grave e ter pedido um aval do Estado de 750 milhões de euros.
O tribunal decidiu que os ex-gestores do BPP terão ainda de pagar 225 mil euros por danos patrimoniais e 10 mil euros por danos morais a Júlio Mascarenhas.
Em maio deste ano, o tribunal condenou João Rendeiro a 10 anos de prisão efetiva.
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.
As condenações foram pelos crimes de fraude fiscal, abuso de confiança e branqueamento de capitais resultam de um processo extraído do primeiro megaprocesso de falsificação de documentos e falsidade informática.
Já anteriormente, em outro processo também relacionado com o BPP, Rendeiro tinha sido condenado a cinco anos e oito meses de prisão efetiva.