11 out, 2021 - 18:27 • Pedro Mesquita , Marta Grosso
O ministro da Economia afasta um cenário de descida de impostos sobre os combustíveis. Nesta segunda-feira marcada por mais uma subida do preço da gasolina e do gasóleo, Siza Viera deixa claro que, “por muito que nos custe, os combustíveis fósseis vão continuar a aumentar nos próximos anos”.
O governante falava num evento promovido pelo “Jornal de Notícias” e a TSF, no qual voltou a defender a importância da estabilidade fiscal. Na opinião de Siza Vieira, “o esforço” do país deve ser no sentido de reduzir a dependência energética do exterior e fazer a transição para energias mais amigas do ambiente.
"Nós podíamos mexer, de alguma maneira, nas margens daquilo que são os encargos fiscais com os combustíveis. Mas, daqui a duas semanas, provavelmente íamos ver um novo aumento do preço do petróleo, um novo aumento do preço do CO2 [dióxido de carbono], que ia outra vez encarecer as coisas. Nós temos que perceber que este é um movimento a prazo, para temos todos de nos preparar para lidar com. É difícil encarar isso, mas é praticamente inevitável", defendeu ainda.
Ouvido pela Renascença, o secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO), admite estarmos numa fase de aumento, mas garante que não será para sempre.
“São mercados muito voláteis, mas a subida não será eterna. Não vamos continuar a assistir indefinidamente a um aumento do preço dos combustíveis, embora a tendência neste momento seja ainda um pouco nesse sentido”, afirma.
Segundo António Comprido, na sexta-feira se saberá para onde pende a balança. “Só podemos perspetivar se haverá tendência para continuar a agravar ou se, pelo contrário, acabará essa tendência quando chegarmos a sexta-feira e já tivermos pelo menos quatro dias de evolução das cotações dos mercados internacionais”.
Com o aumento desta segunda-feira, o gasóleo está mais caro 3,5 cêntimos e a gasolina mais 2,5 cêntimos. A subida de preço é sustentada na subida das cotações do petróleo nos mercados internacionais e na desvalorização do euro face ao dólar.
Gasolina e gasóleo subiram mais de 35 vezes num an(...)