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Associação propõe linha de TGV entre o Porto e Bragança que custa quatro mil milhões de euros

13 out, 2021 - 16:20 • Henrique Cunha

O presidente da Associação Vale d'Ouro, entidade que realizou um estudo para a criação de uma linha de TGV entre Porto e Bragança diz à Renascença que o investimento previsto é inferior ao montante global que o Estado prevê injetar na recuperação da TAP.

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A cidade do Porto poderá ficar a cerca de uma hora e 15 minutos de Bragança, através de um comboio de alta velocidade.

Um estudo da Associação Vale d'Ouro sugere um corredor ferroviário a começar junto à futura estação de alta velocidade do aeroporto Sá Carneiro e a terminar em Bragança, num investimento abaixo dos 4 mil milhões de euros.

Luís Almeida, Presidente da Associação diz à Renascença que a ideia é criar um corredor ferroviário para o norte do país e com a possibilidade de ligação por alta velocidade a Espanha.

O responsável diz que “é uma visão do ponto de vista ferroviário para toda a região de Trás-os-Montes, desde a grande área metropolitana do Porto, onde se situa a norte do Rio Douro grande parte do nosso tecido empresarial e industrial e também grande parte da população através de um território que apesar das cidades que atravessa enfrenta dificuldades de desertificação com a possibilidade da ligação a Espanha a apenas 35 quilómetros da fronteira”.

Luís Almeida afirma serem “estes os pressupostos desta proposta que funciona também como uma complementaridade importante ao único troço ferroviário que existe no distrito de Bragança neste momento e de Vila Real que é a linha do Douro”.

O estudo aponta para um investimento inferior a quatro mil milhões de euros. Luís Almeida sublinha que é um valor inferior ao que está previsto para a recuperação da TAP. “É um investimento inferior a esse; tendo em conta os valores que têm vindo a público, parece-me ser mais baixo do que o da TAP”, sublinha o responsável que contudo, deixa o alerta de que “estamos a falar de coisas muitos diferentes”, pois “o nosso objetivo é mostrar e pôr em discussão se o corredor internacional norte deve ser a norte ou a sul do Rio Douro”.

Até porque, para o Presidente da Associação Vale D'ouro a aposta na ferrovia “é uma inevitabilidade que está em curso em vários países da Europa, e em Portugal parece que tarda em arrancar definitivamente".

“Acredito que este é o momento de uma vez por todas voltarmos a dotar o país da infraestrutura ferroviária que é necessária", sustenta.

O Gabinete do Plano Nacional Ferroviário já está a analisar o estudo, e a Associação gostaria de num futuro próximo apresentar o documento ao ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos. Mas, a Associação por agora prefere aguardar pelo pronunciamento do Gabinete do Plano Nacional Ferroviário, “e caso ele não aconteça, e até porque já tivemos oportunidade de remeter o estudo ao cuidado do Ministro Pedro Nuno Santos evidentemente que depois passaremos se necessário for depois por Lisboa para poder apresentar o estudo com mais detalhe e responder às perguntas que possam eventual existir".

O estudo aponta para uma extensão de 265 quilómetros de ferrovia entre o aeroporto Sá Carneiro e Otero de Bodas, na região de Zamora, permitindo o acesso à rede de alta velocidade espanhola na linha Madrid-Galiza. E prevê a construção de 22 túneis e de 40 viadutos e pontes.

Caso venha a ser concretizada, esta linha colocará a cidade do Porto a cerca de nove horas de Paris. A ligação do Porto a Madrid poderá fazer-se em 3 horas e o percurso Lisboa-Porto-Madrid deverá passar a demorar 4 horas e 15 minutos.

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  • Bruno
    13 out, 2021 Aqui 16:28
    Durante décadas o país viveu deslumbrado com auto-estradas que chegámos à conclusão serem um embuste para proveito das concessionáriasão. Mais valia ter sido feito um investimento decente em ferrovia que diminuísse a dependência energética de Portugal assim como a pegada de carbono associada aos transportes.

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