Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

OE2022. “Há empresários a preferir eleições”

23 out, 2021 - 13:29 • Carla Fino , Marta Grosso

Porta-voz da Confederação do Comércio e Serviços João Vieira Lopes reforça na Renascença a crítica ao aumento do salário mínimo por questões políticas.

A+ / A-

Já há muitas empresas a pensar se não será melhor o país ir mesmo para eleições legislativas antecipadas, admite à Renascença João Vieira Lopes.

“As empresas hoje têm um grande dilema”, começa por explicar: “por um lado, gostam de estabilidade e de previsibilidade para fazer os seus planos de negócio, contratar pessoal, fazer investimentos; por outro lado, orçamentos como este também ameaçam as empresas, porque tem um conjunto de medidas não são favoráveis à sua atividade”.

“Por isso, enfim, há empresários que, hoje em dia, até preferem eleições”, admite.

É a reação da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) às medidas apresentadas na última noite (já madrugada deste sábado) pelo primeiro-ministro. No pacote inclui-se o aumento do salário mínimo nacional em 40 euros (para 705 euros) e mais três aumentos nos anos seguintes: para 750 (2023), 800 (2024) e 850 euros (2025).

João Vieira Lopes mostra-se contra. “Nós sempre fomos claramente contra que se fixasse o salário mínimo por razões políticas e por via administrativa. Ir fixando o salário mínimo desligado da evolução dos parâmetros económicos parece-nos completamente errado”, sublinha.

“E, mais uma vez é que, em nossa opinião, sucedeu ontem”, com “a fixação do salário mínimo para o próximo ano sem sequer falar na concertação social”, acrescenta, lamentando.

Do lado dos sindicatos, a CGTP e a UGT também já reagiram às medidas anunciadas. Isabel Camarinha considera que é preciso mais, enquanto Carlos Silva se mostra satisfeito. “Vêm reforçar um conjunto de preocupações que nós sinalizámos”, refere o líder da UGT à Renascença.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Armindo SOUSA
    23 out, 2021 Bornes de Aguiar 19:33
    Isto de eleições está-me a "cheirar mal", o pessoal esqueceu-se do que se passoua na Alemha nas eleições de 1930 e 1933, a situação é quase identica todos discutem e depois quem vier atraz que feche a porta.
  • Bruno
    23 out, 2021 aqui 15:35
    Eleições para tudo ficar na mesma. Vai levar décadas até a direita conseguir ter mais votos do que a esquerda. No México, foi preciso esperar 70 anos até que o Partido Institucional Revolucionário (o equivalente ao PS no México) perdesse umas eleições.
  • Não vai acontecer
    23 out, 2021 Habituem-se aos novos tempos 14:39
    Os bandidos auto-intitulados "empresários" gostam é de precariedade total, salários-esmola, despedimentos livres e gratuitos, e imposição do horário de trabalho que querem. Ou seja, querem escravidão legalizada. Como isso está em vias de mudar, também querem mudar de governo, de preferência para um tipo Passos Coelhos- Portas- Cavaco Silva - Troika. Não vai acontecer. Habituem-se.

Destaques V+