Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Explicador

Chumbo do OE 2022. Aumento do salário mínimo pode avançar, mas há medidas que caem

28 out, 2021 - 08:45 • Miguel Coelho

Da descida do IRS ao aumento das pensões, passando pelo novo regime do teletrabalho e pelo pacote anticorrupção, são várias as medidas que podem ficar sem efeito.

A+ / A-

Com o chumbo do Orçamento do Estado para o próximo ano vão cair várias medidas propostas pelo Governo de António Costa.

Como fica o aumento do salário mínimo?

É uma alteração que apesar de surgir habitualmente associada ao orçamento não é fixada por ele. Basta um decreto do Governo para a medida avançar, até porque são as empresas a pagar e não o Estado. O objetivo anunciado pelo Executivo é que o salário mínimo aumente para os 705 euros a partir de janeiro, ou seja, mais 40 euros do que atualmente.

Mas também há salário mínimo na função pública. Também pode ser aumentado?

É uma situação diferente, porque os duodécimos podem limitar a disponibilidade financeira do Governo. O antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais defende ser possível aumentar os salários na função pública, não só a remuneração mais baixa - equivalente ao salário mínimo nacional - mas mesmo o aumento geral de 0,9% que o Governo tinha anunciado para toda a função pública.

Segundo Rocha Andrade, esse aumento poderia ser decretado. Em último caso, se a disponibilidade financeira do Estado não for suficiente, esse aumento poderia ser adiado até haver novo orçamento e depois será pago com retroativos.

E as pensões? Estava previsto um aumento extraordinário de dez euros...

Nas pensões até aos 1.097 euros estava previsto uma subida de dez euros em janeiro, mas fica sem efeito. Será o próximo Governo a decidir se vai ou não avançar o aumento extraordinário, se é nesse valor e se haverá ou não retroativos.

Mantém-se a atualização automática de 0,9% para as mais baixas.

E quanto aos novos escalões do IRS?

Havia a intenção de criar dois novos escalões intermédios, mas esta é uma das alterações que vai cair, porque enquanto não houver novo orçamento o IRS fica como está. A partir de janeiro, a governação é feita com base no orçamento deste ano, no sistema de duodécimos.

E os abonos de família?

Ficam congelados ficam os 70 milhões previstos, sem aumentos para os 1.º e 2.º escalões, sem a verba para crianças em risco de pobreza extrema e sem o complemento que assegura 600 euros por ano para cada criança.

E as outras medidas anunciadas a par do Orçamento do Estado: o trabalho digno, o estatuto do SNS também caem?

Também caem, até porque são medidas que teriam ainda de ir ao Parlamento e uma vez que a assembleia vai ser dissolvida, ficam suspensas. Tal como ficam suspensas muitas outras matérias que o Parlamento tem pendentes. Desde o novo regime do teletrabalho ao pacote anticorrupção. Também o luto parental, a eutanásia e outros dossiers vão ter de ficar à espera da próxima legislatura.

E os deputados... o que é que lhes acontece quando for dissolvida a assembleia?

Os deputados continuam em funções até que o próximo Parlamento tome posse. A Assembleia da República é que não terá o funcionamento, nem as competências normais, nomeadamente a de fiscalização da ação do Governo. Contudo, o mandato dos deputados prossegue até serem substituídos na sequência de novas eleições, que devem ser marcadas para janeiro.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+