03 dez, 2021 - 14:54 • Ana Carrilho , Marta Grosso
O ministro da Economia considera “lamentável” que ainda não tenha sido tomada qualquer decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa e admite ter chegado a perder a esperança de que tal viesse a acontecer.
No último dia do Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, que decorre em Aveiro, Pedro Siza Vieira lembrou que “há sempre prós e contras em qualquer decisão significativa”, mas há que tomar decisões.
“Entendam-se sobre o que querem fazer do aeroporto. Se houver esse consenso político, então as decisões tornam-se possíveis”, afirmou, replicando o apelo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aos partidos políticos – neste caso, sobretudo, aos que se vierem a sentar no Parlamento que sair das legislativas de 2022.
“Se houver esse consenso político, então as decisões tornam-se possíveis”, destaca.
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“Esta incapacidade de tomarmos uma decisão onde alguns setores acham que ainda há aspetos que não são favoráveis, para mim é absolutamente lamentável. Já desabafei várias vezes: já cheguei a perder a esperança de que alguma vez tivéssemos a capacidade de aumentar a infraestrutura aeroportuária na região de Lisboa, porque parece que os lisboetas não se sabem entender entre eles”, admitiu nesta sexta-feira, em Aveiro.
Pedro Siza Vieira sublinha que a necessidade de a Área Metropolitana de Lisboa ter um novo aeroporto “é incontestável”.
Há sempre prós e contras em qualquer decisão significativa. Agora, esta incapacidade de tomarmos uma decisão é absolutamente lamentável.
Mas o processo também foi atrasado pelo facto de a Câmara Municipal da Moita ter usado o poder legal que lhe permite o veto à construção – uma possibilidade legislativa que, na opinião do ministro, não faz sentido. Ainda assim, precisa de dois terços de votos para ser mudada na Assembleia da República, o que não foi conseguido.
“Não faz sentido uma legislação que dá a único município a possibilidade de vetar uma decisão aeroportuária. Perante uma situação destas, era preciso mesmo mudar a lei, porque senão nunca se vai tomar decisão”, afirmou, lembrando que, também aqui, “é preciso um consenso político. E também não existiu”.
“Portanto, eu acho que estes anos foram anos perdidos nesta matéria e espero vivamente que sejamos capazes de inverter esta situação tão rapidamente quanto possível”, concluiu.
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Na conversa com o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, oministro da Economia deixou também claro que o país o país precisa da TAP.
Já quanto ao apelo dos empresários do setor, que defendem o prolongamento do apoio à retoma progressiva pelo menos até à Páscoa, Pedro Siza Vieira não respondeu – só disse que está em vigor. Mas até ao fim do ano.
Siza Vieira revelou, no entanto, que está a pensar num programa de apoio às micro, pequenas e médias empresas para a amortização da dívida: por cada euro que a empresa gaste, o Estado “mete” outro euro. Espera que entre em vigor em breve, mas não deu mais pormenores – por exemplo, se é só para o setor do turismo e se é, ou não, a fundo perdido.
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