10 dez, 2021 - 18:45 • Lusa
A França quer aproveitar a sua presidência da União Europeia (UE) no primeiro semestre de 2022 para reclamar uma reforma do mercado energético que se traduza na mudança da forma de cálculo do preço da eletricidade.
O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, disse que esta reforma que o país quer impulsionar em conjunto com Espanha, até agora sem êxito, é "indispensável" porque o aumento do custo da energia não vai ser algo transitório e considerou que é preciso "estabilidade".
"Não queremos que o preço da eletricidade em França, em Espanha ou em qualquer outro lugar dependa do custo marginal das fábricas de gás no leste da Europa", afirmou, num encontro com jornalistas para apresentação das suas prioridades durante o semestre de presidência francesa da UE.
O ministro francês disse ainda que outra das suas prioridades será a adoção pelos 27 países que integram a UE de um texto sobre o chamado mecanismo de ajuste de carbono nas fronteiras externas.
Le Maire indicou que também quer uma reforma das regras do Pacto de Estabilidade e sobre este ponto assinalou que "pode levar tempo", porque tem de ser feito "o possível para se alcançar um consenso".
Na sua opinião, esse debate tem de partir da atual situação de divergência nos níveis de endividamento dos países membros, o que significa que a regra que impõe um limite de 60% do produto interno bruto "está desatualizada".
A França, que vai organizar um Ecofin informal nos dias 25 e 25 de fevereiro, pretende avançar com mecanismos para o financiamento de empresas europeias, o que passa por mais progressos na união bancária e na união do mercado de capitais e também pelo projeto de euro digital.