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​Empresas nacionais estão otimistas e esperam criar mais empregos em 2022

16 dez, 2021 - 16:55 • Sandra Afonso

Estudo antecipa uma criação líquida de emprego de 37%, o que indica "uma forte tendência de aumento das contratações e um mercado de trabalho muito robusto no início de 2022"

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As empresas estão otimistas e esperam criar mais empregos em Portugal, em 2022, indica o “ManpowerGroup Employment Outlook Survey”.

Mais de metade dos empregadores quer contratar mais pessoas. Nos primeiros três meses de 2022, a projeção para a criação líquida de emprego é de 37%. É a estimativa mais elevada desde que o ManpowerGroup começou a analisar o mercado em Portugal, em 2016.

Ainda segundo o “ManpowerGroup Employment Outlook Survey”, enquanto 52% dos empregadores preveem aumentar as contratações até final de março, 34% admitem manter os números atuais.

Este estudo antecipa uma criação líquida de emprego de 37%, o que indica "uma forte tendência de aumento das contratações e um mercado de trabalho muito robusto no início de 2022". De acordo com Rui Teixeira, chief operations officer do ManpowerGroup Portugal, estes dados estão "alinhados com o que observamos no mercado, com a taxa de desemprego a situar-se já em valores pré-pandemia no terceiro trimestre deste ano, ao atingir os 6,1%, e a taxa de emprego em níveis que não se registavam desde 2008”.

O outro lado da moeda é a escassez de talento, 62% dos empregadores nacionais diz ter dificuldade em contratar o talento de que necessitam.

“Este não é um fenómeno novo. A falta de talento fazia-se já sentir em anos anteriores, mas a pandemia e as transformações no mundo do trabalho exacerbaram-na, com as empresas a enfrentar hoje novos desafios empresariais, que exigem competências técnicas e humanas cada vez mais especializadas e difíceis de encontrar", diz Rui Teixeira. A resposta passa por "um esforço alargado de formação e requalificação dos trabalhadores", acrescenta.

Tecnologias de Informação, telecomunicações e media

Os setores com os melhores contratos, neste momento, são os das tecnologias de informação, das telecomunicações e da comunicação e media.

Seguem-se os setores da banca, finanças, seguros e imobiliário, com um crescimento de 43 pontos percentuais face ao período homólogo de 2021. Logo atrás está o comércio grossista e retalhista, com um crescimento de 50 pontos percentuais.

A hotelaria e restauração está também em forte crescimento, face às quedas registadas em 2021, com uma progressão de 56 pontos percentuais. Também a crescer estão outras atividades de produção e o setor da construção.

Com intenções de contratação, mas não tão expressivas, estão o setor da educação, saúde, trabalho social e governamental e o sector das atividades de produção primária. Avançam projeções para a criação líquida de emprego de 13% e 16%, respetivamente.

Por regiões, o Norte concentra mais intenções de contratação (41%), seguem-se a região da Grande Lisboa (34%), o Grande Porto (26%), a região sul (20%) e centro (17%).

Por tipo de empresa, as de maior dimensão antecipam criar mais empregos (42%), mas as pequenas empresas também têm muitos projectos para a criação líquida de empregos (39%), mais distantes ficam as microempresas (16%).

Vacinação obrigatória?

Quase quatro em 10 empregadores (38%) diz que vão incentivar ou recomendar a vacinação, mas sem a exigir. No entanto, alguns empregadores vão mais longe, assumem que vão solicitar a dupla vacinação e o respetivo comprovativo aos colaboradores.

“Os planos quanto à vacinação incluem ainda alternativas como a exigência de prova de dupla vacinação para algumas funções, mas não para todas, indicada por 11% dos empregadores, ou ainda a aposta em incentivos para encorajar a vacinação, referida por outros 8%”, refere o estudo.

No extremo oposto, 20% das empresas ainda não definiram um plano sobre a política de vacinação dos colaboradores, porque é uma decisão individual. Outros 7% já pedem prova de dupla vacinação e dose de reforço.

Este estudo analisou ainda os modelos de trabalho nos próximos três meses. Na maioria dos casos, o trabalho remoto ou híbrido já supera o presencial. Há exceções, como na produção e indústria, onde 69% diz que o trabalho presencial será predominante, ou no atendimento, vendas e front-office (58%).

O trabalho em tecnologia é o que apresenta a maior percentagem de teletrabalho. Com mais de metade das equipas em funções remotas estão as áreas financeiras e de contabilidade, de recursos humanos e de apoio administrativo.

O estudo do ManpowerGroup apresenta dados ajustados sazonalmente. É apoiado em entrevistas a 504 empregadores, durante o mês de outubro.

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