06 jan, 2022 - 11:54 • Maria João Costa
O Natal e o Ano Novo eram a esperança para a maioria dos operadores de alojamento local, mas o balão de oxigénio ficou vazio com a vaga de cancelamentos que se registaram. Em comunicado a Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) indica que “em alguns dos principais destinos como Lisboa, Porto e Madeira, em média, 1/3 das reservas foram canceladas em dezembro”.
A ALEP que fala num “mês dramático” refere que dezembro “foi similar à vaga de junho/julho, mas com a agravante de os cancelamentos se terem concentrado maioritariamente nas poucas semanas onde há movimento no Inverno: Natal e Ano Novo”.
Nas contas da ALEP, verificou-se, só no período das festas o cancelamento de 40% das reservas. Os operadores que falam num “impacto duro” estimam ainda um agravar da situação nos próximos meses.
Segundo os alojamentos locais, “as reservas registam também um abrandamento muito significativo”. A maioria deste tipo de turismos está “com os calendários de janeiro e fevereiro quase vazios”.
Olhando para o período da primavera, como o da possível retoma, a ALEP “não questiona o mérito das medidas de restrição, pois é uma decisão que cabe às autoridades competentes”, alega, mas faz o diagnóstico. “É inegável que este período de retrocesso da crise pandémica gerou um forte impacto económico e que a expetativa para este inverno é muito negativa para o setor.
O presidente da ALEP desabafa: “Sabemos agora que com a vacinação estamos quase a ver uma luz no fundo do túnel de regresso a alguma normalidade a seguir à primavera, mas o “quase” agora é critico”.
Eduardo Miranda deixa, no entanto, um alerta. “Significa que os empresários têm que resistir até lá, só que depois de 2 anos em crise profunda muitos não vão conseguir sobreviver estes próximos meses sem apoio”.
Numa fase de transição política, com as eleições à porta, a associação que representa o setor diz que “o mais realista para dar resposta rápida necessária nesta fase é reforçar os instrumentos que já estão em funcionamento”.
Exemplo disso é “para os micro e pequenos empresários, incluindo ENI, a ALEP defende o reforço da linha de Tesouraria do Turismo de Portugal, mas obrigatoriamente com uma componente de fundo perdido como já aconteceu no passado”.
Constituída em 2015, a ALEP que é a única associação de âmbito nacional exclusivamente dedicada ao Alojamento Local, defende também “para as empresas, a continuidade de programas como a retoma progressiva em 2022” de forma a assegurar o emprego e o adiamento do início do reembolso dos empréstimos das linhas de apoio, na maioria agendado para junho de 2022.