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"Desaste financeiro"

Associação pede levantamento imediato da proibição de saldos. Perdas ultrapassaram os 51%

06 jan, 2022 - 00:15 • André Rodrigues

Inquérito feito a 3.500 lojistas aponta para perdas de 51,2% nas vendas da última semana de 2021 em relação ao mesmo período de 2019. Associação das Marcas de Retalho e Restauração exige "apoios claros relativamente às medidas para contenção dos seus efeitos".

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A Associação das Marcas de Retalho e Restauração (AMRR) exige o fim imediato da proibição da semana de saldos.

O alerta surgiu esta quarta-feira, horas depois de conhecidos os resultados de um inquérito feito junto de cerca de 3.500 lojistas, que aponta para perdas acima dos 51% nas vendas entre 26 e 31 de dezembro, em relação ao mesmo periodo de 2019.

Em declarações à Renascença, o secretário geral da associação de retalho e restauração, Marco Claudino fala de “desastre financeiro” e exige a revogação imediata da medida que impede a realização dos saldos depois do Natal.

Para este responsável, é fundamental que a medida “termine imediatamente, ela está prevista até dia 9 e nós vemos com alguma preocupação a possibilidade de prolongamento de medidas”, alerta Marco Claudino.

Daí que seja urgente que “haja apoios claros relativamente às medidas para contenção dos seus efeitos. E há uma outra medida que é muito fácil o Governo adotar, que é o fracionamento do pagamento de impostos, para permitir algum alívio de tesouraria”, verifica o secretário-geral da AMRR.

A dimensão das perdas foi apurada através de um inquérito que abrangeu 3.500 espaços comerciais e de restauração: de 26 a 31 de dezembro de 2021, os comerciantes apontam para uma queda de 51,2% das vendas em relação ao mesmo período de 2019.

Para Miguel Claudino são números que confirmam que “esta medida se revelou injusta e desadequada, sem efeitos na contenção pandémica, e com prejuízos muito significativos para os consumidores e para as empresas”.

O problema está, precisamente, aí, reforça o responsável: “aquilo que se verifica é o acumular de quase dois anos de enormes dificuldades, com custos cada vez mais significativos e com receitas cada vez mais reduzidas e com margens bastante mais reduzidas ao longo do último ano”.

“Esta semana seria importante. Nós dissemos ao Governo que era uma má solução. Infelizmente, os números verificam-se com perdas de mais de 51% de receitas”, lamenta.

Em comunicado, a AMRR diz compreender a limitação de entradas nos espaços comerciais, no rácio entretanto determinado de uma pessoa por cinco metros quadrados, dizendo ser uma medida adequada e suficiente para evitar ajuntamentos de pessoas.

O que não faz sentido, segundo este organismo, é somar a isso a proibição de saldos, que representou “um claro prejuízo para os consumidores e para a faturação nos espaços comerciais, num período especialmente impactante nas contas anuais das empresas e em particular num ano em que se encontraram encerradas durante cerca de três meses”.

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