17 jan, 2022 - 18:32 • Lusa
Mais de 40% das empresas esperam um aumento das vendas no primeiro trimestre de 2022 face ao mesmo período do ano passado, enquanto 23% preveem uma diminuição, revela um inquérito divulgado esta segunda-feira pela CIP - Confederação Empresarial de Portugal.
Este é um dos resultados do 19.º inquérito realizado no âmbito do projeto “Sinais Vitais”, desenvolvido pela CIP, em parceria com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE, que conta com uma amostra de 423 empresas, das quais a maioria (48%) é do setor da indústria e energia, de outros serviços (23%), do comércio (12%) e da construção e atividades imobiliárias (5%).
"As expetativas de vendas das empresas respondentes no primeiro trimestre de 2022 é positiva face ao mesmo período de 2021" com 43% a esperarem um aumento e 23% uma diminuição, indica o documento, realçando que esta perspetiva positiva é sobretudo verificada nas grandes empresas (50%) e nas médias (68%).
Segundo o inquérito, as empresas que esperam aumentar vendas (43%) esperam um acréscimo médio de 23% do seu volume de negócios, enquanto as empresas que anteveem diminuir vendas (23%) esperam uma queda em média de 29%.
A maioria das empresas (69%) espera manter o número de postos de trabalho no primeiro trimestre do ano, enquanto 24% estimam um aumento das contratações e 7% uma redução.
"Nas grandes empresas e nas médias empresas a expectativa de aumento do número de postos de trabalho é superior à média nacional", realça o documento.
As empresas que esperam diminuir recursos humanos preveem uma queda média de 21%, enquanto as que esperam aumentar o número de trabalhadores antecipam um acréscimo médio de 12%.
Em termos de investimento, as expectativas para 2022 mantiveram-se em linha com as que tinham sido registadas no inquérito realizado em novembro já que, em termos médios, 30% das empresas pensam investir mais do que em 2019, enquanto 49% preveem manter o nível de investimento e 21% antecipam uma redução.
Das empresas que esperam diminuir investimento, regista-se uma previsão de queda média de 49% e, do lado das que acreditam num aumento, esse será, em média de 35%.
Ainda de acordo com o documento, ao nível setorial, verifica-se que 26% das empresas consideram que já se atingiu uma atividade semelhante ao período antes da pandemia mas há, contudo, 32% que acreditam que será só em 2023 ou mais tarde que atingirão esse patamar.
Apesar de algum otimismo das empresas revelado no estudo, o vice-presidente da CIP, Armindo Monteiro, disse esperar que as eleições legislativas marcadas para dia 30 possam "abrir um novo ciclo", mas alertou para eventuais "dificuldades" se não houver "uma política de apoio ao tecido empresarial".
"O país não aguenta mais um trimestre que não seja um acelerador da economia", defendeu Armindo Monteiro, acrescentando que se houver "incerteza ou indefinição política", os investimentos das empresas serão adiados.