17 jan, 2022 - 16:02 • Marta Grosso com BBC
A pandemia tornou os mais ricos do mundo ainda mais ricos, mas atirou também mais gente para a pobreza. Quem o diz é a organização não-governamental britânica Oxfam, num relatório publicado nesta segunda-feira.
Segundo o documento, os baixos rendimentos dos mais pobres contribuíram para a morte de 21.000 pessoas por dia.
“Este ano, o que está a acontecer é fora da escala”, afirma o chefe executivo da ONG britânica. “Surgiu um novo bilionário quase todos os dias durante a pandemia, mas 99% da população mundial está pior por causa de confinamentos, do menor comércio internacional e menos turismo. Em resultado disso, mais 160 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza”, diz Danny Sriskandarajah.
“Algo está a falhar profundamente no nosso sistema económico”, conclui.
A Oxfam do Reino Unido cita dados da Forbes para apontar os 10 mais afortunados: Elon Musk, Jeff Bezos, Bernard Arnault e família, Bill Gates, Larry Ellison, Larry Page, Sergey Brin, Mark Zuckerberg, Steve Ballmer e Warren Buffet.
Embora a riqueza coletiva deste grupo tenha crescido entre de 700 mil milhões de dólares para 1,5 biliões entre março de 2020 e novembro de 2021, há uma diferença significativa entre eles, sendo Elon Musk (presidente da Tesla e da SpaceX) o que registou mais aumento nos rendimentos. Bill Gates ficou abaixo, com uma subida de 30%.
A riqueza dos mais ricos está normalmente vinculada às ações que detêm e que caíram de modo acentuado em março de 2020 – o que significa que o crescimento que agora se divulga foi a partir desse momento.
Se a Oxfam tivesse medido o crescimento da riqueza antes do início da pandemia, não seria tão pronunciado.
Ainda assim, segundo um dos autores do relatório, “se considerar a riqueza dos bilionários em meados de fevereiro de 2020, estimamos que o aumento dos dez homens mais ricos seja mais de 70%, o que ainda representaria um aumento recorde e algo como nunca vimos antes”, sublinha Max Lawson, em declarações à BBC.
O relatório da Oxfam é divulgado por altura do Fórum Económico Mundial em Davos, de modo a que as conclusões possam ser debatidas entre os participantes, que incluem empresários, políticos, ativistas, economistas, entre outros.
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