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BCE admite inflação alta durante mais tempo

03 fev, 2022 - 16:48 • Lusa

Presidente do Banco Central Europeu mostra-se surpreendida, mas espera uma descida ao longo do ano.

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A presidente do Banco Central Europeu (BCE) afirmou hoje que a inflação continuará elevada mais tempo do que o previsto, mas deverá baixar ao longo do ano e não excluiu completamente uma subida das taxas de juro em 2022.

Após a reunião do Conselho de Governadores, Christine Lagarde disse em conferência de imprensa que a taxa de inflação de 5,1% em janeiro na zona euro foi uma surpresa e que se deve a "custos com a energia mais elevados, que aumentam os preços em muitos setores" e a preços dos alimentos mais altos.

"A inflação vai continuar elevada provavelmente durante mais tempo do que se esperava anteriormente, mas vai cair ao longo do ano", acrescentou.

A presidente do BCE disse ainda que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia pode aumentar ainda mais os preços da energia e assegurou que os dirigentes do banco vão manter-se atentos a este risco.

Lagarde explicou que há uma "preocupação unânime" no Conselho de Governadores com os números da inflação e com o impacto que podem ter na economia, mas considerou que o BCE está cada vez mais perto do seu objetivo de inflação, que é uma taxa de 2% a médio prazo.

A dirigente indicou também que o BCE subirá as taxas de juro quando todas as compras de dívida terminarem, sem, no entanto, repetir que é muito improvável que isso aconteça este ano.

Até agora, Lagarde e outros dirigentes do BCE tinham dito que seria muito improvável que em 2022 estivessem reunidas as condições para uma subida das taxas de juro.

Hoje, a presidente do BCE afirmou que "a situação mudou" que há riscos em alta para os preços e que em março haverá mais dados económicos para decidir.

"A economia da zona euro continua a recuperar e o mercado laboral melhora, ajudado por um amplo apoio da política monetária", afirmou.

Mas o crescimento vai continuar a ser contido no primeiro trimestre porque a atual vaga da pandemia "ainda pesa na atividade económica".

"A escassez de materiais, equipamentos e trabalhadores limita a produção em algumas indústrias. Os altos custos com a energia limitam as receitas e travam os gastos, no entanto, a economia está cada vez menos afetada por variantes da pandemia", observou.

Os preços da energia são a principal causa da elevada taxa de inflação e o seu impacto direto representa mais de metade da inflação geral em janeiro, mas Lagarde também apontou uma subida do preço dos alimentos "devido a fatores sazonais, custos de transporte elevados e preços dos fertilizantes mais altos".

Na reunião de hoje, o Conselho de Governadores do BCE confirmou as decisões adotadas na reunião de política monetária de dezembro.

As taxas de juro mantêm-se em mínimos, com a principal taxa de refinanciamento em zero e a taxa aplicada aos depósitos em -0,50%.

A instituição monetária confirmou que termina no final de março o seu programa de compra de dívida de emergência devido à pandemia (PEPP).

O BCE também decidiu em dezembro comprar dívida com um outro programa que já existia antes, conhecido como APP, uma vez concluídas as compras de emergência devido à pandemia, mas a um ritmo mais lento do que com o PEPP.

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