07 jan, 2022 - 19:08 • Sandra Afonso
Na economia os preços estão constantemente a mudar, para cima ou para baixo. Quando a tendência é de subida e afeta a generalidade dos bens e serviços, falamos em inflação. Ou seja, inflação é a subida generalizada dos preços.
O dinheiro perde valor. Hoje com 1 euro compramos menos coisas do que antes do aumento da inflação. O mesmo se pode dizer sobre os rendimentos, um salário que não sofra alterações de ano para ano, acumula perda de poder de compra, porque todos os anos diminui a capacidade de pagar compras e despesas (a evolução natural da economia tende para a atualização dos preços).
Todas as despesas importam para quem as faz. No entanto, no cálculo da inflação os preços não têm todos o mesmo peso.
Por exemplo, embora nem todos bebam café nem tenham carro próprio, sabemos que a esmagadora maioria das famílias consome café e combustíveis. Mas o peso dos dois produtos no orçamento é diferente.
O café (juntamente com o chá e o cacau) tem um peso (ou seja, uma ponderação) de 0,4%. Na prática, qualquer variação no preço não terá um grande impacto no IHPC global (índice harmonizado, que permite comparar os preços entre os países europeus).
A gasolina (juntamente com outros combustíveis e lubrificantes) tem uma ponderação de 4,6%, o que significa que uma variação percentual igual à do preço do café terá um impacto cerca de dez vezes maior no IHPC.
Os preços são distinguidos pelo nível de despesa. Aqueles onde é gasto mais dinheiro pesam mais, por exemplo, a energia pesa mais no cálculo do aumento médio dos preços do que o café ou o açúcar.
Todo o tipo de despesas. O objetivo é que represente os gastos das famílias, embora algumas não comam carne, outras não tenham veículo próprio e muitos em Portugal vivem sozinhos.
Este é um cabaz que representa as despesas médias das famílias.
Segundo o Banco Central Europeu, deve incluir: artigos do dia a dia (como produtos alimentares, jornais e gasolina); bens duradouros (como vestuário, computadores pessoais e máquinas de lavar roupa); serviços (como cabeleireiro, seguros e renda de casa).
São os gabinetes de estatística de cada país, em Portugal é o Instituto Nacional de Estatística que é responsável por definir o cabaz de compras, recolher a informação estatística, tratar os dados e divulgar a informação.
Ao nível da União Europeia, cabe depois ao Eurostat recolher os dados de todos os países e repetir o processo.
Uma das principais razões é a subida da energia que, como vimos, tem um forte peso no cálculo da inflação. Os preços aumentam também devido ao agravamento das matérias-primas, uma consequência do forte condicionamento das economias imposto pela pandemia, seguido da rápida abertura dos mercados.
A principal é a redução do valor do dinheiro. Quando os bens e serviços ficam mais caros, é preciso que o rendimento aumente na mesma medida. Se não acontecer, os consumidores passam a gastar e a poupar menos. As empresas têm tendência a cortar nos investimentos.