21 fev, 2022 - 10:21 • Redação com Lusa
Foi adiada a primeira sessão da instrução do processo principal do BES/GES, prevista começar esta segunda-feira às 14h00, no Tribunal Central de Instrução Criminal, com a recolha de declarações de assistentes e testemunhas.
Segundo a CNN Portugal, em causa estão motivos de saúde relacionados com o juiz Ivo Rosa. Sessão foi reagendada pra 29 de março.
O processo conta com 30 arguidos (23 pessoas e sete empresas), num total de 361 crimes.
De acordo com o agendamento previsto, Manuel Jesus Oliveira e Irene Simões Oliveira seriam os primeiros dos 123 assistentes do processo a falar, seguindo-se os depoimentos de quatro testemunhas, com intervalos de 30 minutos para cada. Já para terça-feira, estavam agendadas as declarações dos primeiros quatro arguidos: Maria Beatriz Páscoa, Frederico Ferreira, Luís Neves e Rui Santos.
Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o Ministério Público (MP), cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
As sete empresas acusadas são a Espírito Santo Internacional, Rioforte Investments, Eurofin Private Investment, Espírito Santo irmãos - Sociedade Gestora de Participações Sociais, ES Tourism Europe, Espírito Santo Resources Limited e ES Resources (Portugal), pelos crimes de burla qualificada, corrupção passiva, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.
Iniciado no dia 12 de agosto de 2014, o inquérito do processo "Universo Espírito Santo" teve origem numa notícia de 3 de agosto desse ano sobre a medida de resolução do BES e analisou um conjunto de alegadas perdas sofridas por clientes das unidades bancárias Espírito Santo. O despacho do MP chegou quase seis anos depois, em 14 de julho de 2020, deduzindo acusação contra 25 arguidos (18 pessoas e sete empresas), num total de 348 crimes, sendo acrescentados em janeiro de 2022 mais cinco arguidos e 13 crimes, para os totais de 30 arguidos e 361 crimes.