04 mar, 2022 - 18:51 • Ricardo Vieira
O Governo vai anunciar esta sexta-feira medidas para atenuar o aumento do preço dos combustíveis. Há filas em alguns postos de combustíveis para atestar o depósito.
"Convocam-se os órgãos de comunicação social para uma conferência de imprensa com os Ministros de Estado e das Finanças, João Leão, e do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, sobre medidas de mitigação do aumento dos preços dos combustíveis", indica o Ministério das Finanças, em comunicado.
A declaração está marcada para as 19h30 desta sexta-feira.
O preço do gasóleo vai aumentar 14 cêntimos na próxima semana e a gasolina oito cêntimos. A informação é confirmada à Renascença por fonte do setor.
É o maior aumento semanal de sempre e resulta da subida dos preços do petróleo. O barril de brent, que serve de referência para a Europa, chegou a ser vendido esta semana acima dos 119 dólares, mas agora sege a negociar nos 112 dólares.
Com esta subida de 14 cêntimos, o litro do gasóleo vai ser vendido a 1,81 euros. Já a gasolina simples 95 passará a custar 1,912 euros.
O Governo vai voltar a adiar a atualização da taxa de carbono nos combustíveis. O executivo que tinha congelado, no final de 2021, a taxa do adicionamento sobre as emissões de carbono até dia 31 de março, decidiu que a medida vai ser prolongada por mais algum tempo.
A informação foi avançada, esta sexta-feira, pelo secretário de Estado Adjunto e da Energia, no decorrer de uma conversa promovida pelo jornal ECO.
O Estado passará a arrecadar entre as várias taxas e o IVA mais de um euro por litro de gasolina com a subida de oito cêntimos prevista para a próxima semana, segundo uma nota da BA&N Research Unit.
No preço final da gasolina, "mais de metade (53%) são impostos, sendo que com a nova subida dos preços o Estado passará a arrecadar entre as várias taxas e o IVA mais de um euro por litro, considerando os valores médios", lê-se na nota divulgada hoje.
No gasóleo, a fiscalidade em Portugal representa cerca de 45% do preço médio, mas, tendo em conta que representa três quartos do total consumido, é o 'diesel' que gera grande parte da receita fiscal com os combustíveis, representando "em média, quase 8,4 milhões de euros por dia entre ISP, a Contribuição para o Setor Rodoviário e a Taxa de Carbono, mas também com o IVA".