15 mar, 2022 - 18:49 • Redação com Lusa
O ministro do Ambiente, Matos Fernandes, advertiu esta terça-feira, no parlamento que "todos vamos pagar" os aumentos dos combustíevis.
"Que fique claro: não vos pinto um mundo de aguarela. Os aumentos são expressivos e todos os vamos pagar", disse o ministro, na Comissão Permanente da Assembleia da República, durante um debate feito a pedido do PCP sobre o preço dos combustíveis.
O ministro do Ambiente diz que o Estado “não fixa nem quer fixar” o preço por litro do gasóleo ou da gasolina e garante que o Governo “não quer mesmo ter mais receita” com o aumento dos combustíveis.
Matos Fernandes garantiu ainda que o Governo vai manter a aposta nas renováveis, sublinhando que Portugal não tem constrangimentos nas disponibilidade de produtos energéticos, mas o mesmo não pode ser dito sobre o preço.
O ministro deixou ainda a garantia de que o Governo estará atento às dificuldades dos mais vulneráveis: "O nosso papel será sempre o de, não perdendo nunca o rumo da aposta nas renováveis, contribuir para manter intacto o aparelho produtivo e apoiar aqueles que são mais fragéis ou sofrem maior impacto."
Noutro plano, Matos Fernandes disse esperar poder fixar margens máximas até junho, criticando a existência de preços combinados ao afirmar que "basta andar na estrada" para ver que as petrolíferas têm "entendimentos" em relação aos preços dos combustíveis, ...e que .
O primeiro partido a questionar o ministro foi o PSD, através do deputado Afonso Oliveira, que acusou o Governo do PS de ser “o responsável pela brutal carga fiscal sobre os combustíveis”.
“O que fez com que os combustíveis aumentassem vem ainda do Governo de vossas excelências e quer a minha opinião? Vem bem com a criação da taxa de carbono. Vem muito bem. Sou mesmo favorável àquilo que foi a taxa de carbono, criada à margem dos leilões, pelo Governo de vossas excelências”, referiu, recordando que era na altura ministro do Ambiente Jorge Moreira da Silva.
Matos Fernandes deixou claro que “o Estado não fixa o preço do litro do gasóleo ou da gasolina”.
“Nem fixa nem quer fixar porque poderia com isso arrastar os gasolineiros, com todo o respeito, para esse valor de referência e com isso fazer o aumentar os preços”, alertou.
De acordo com o governante, “o gasóleo e a gasolina aumentam mesmo porque o petróleo está a aumentar”.
“A carga fiscal é mesmo aquela que era e o valor do ISP, ao contrário do que muito se diz, é o valor fixo, completamente independente do preço”, garantiu o ministro.