18 mar, 2022 - 11:35 • Fátima Casanova
Na próxima segunda-feira, tanto o preço do gasóleo, como da gasolina deve baixar de forma significativa, pelo menos, 10 cêntimos.
Foram 12 semanas de aumentos consecutivos, sendo que nas últimas duas, os aumentos atingiram os dois dígitos. Subidas consideradas históricas e resultaram das sanções aplicadas à Rússia, após a invasão à Ucrânia.
Esta semana, os mercados internacionais aliviaram e o barril do petróleo de brent, que serve de referência a Portugal, chegou a cotar abaixo dos 100 dólares, quando no início da semana passada chegou a tocar nos 139 dólares.
À Renascença, o secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (APETRO), não tem dúvidas em afirmar que “quase de certeza vai haver uma descida significativa na próxima semana”.
António Comprido diz, no entanto, que os dados até este momento “referem-se até ao fecho dos mercados de ontem, os de hoje ainda não estão fechados”.
Este responsável avisa que os mercados internacionais têm “uma tendência de subida, mas até ontem existiam variações nas matérias-primas entre os 13 e os 15%, que davam os tais dois dígitos, entre os 10 e os 15 cêntimos de redução na cotação dos produtos”. É este corte no preço que António Comprido diz que “normalmente é repassado totalmente para os preços finais” ao consumidor”.
Ressalva que “não pode falar em preços, porque cada operador estabelece o preço que quer praticar”, mas ainda assim, sempre vai dizendo que “se forem seguidas as práticas habituais, de repassar as variações quer nas subidas quer nas descidas para os preços finais, podemos estar perante alterações na casa dos dois dígitos”.
António Comprido considera que a tendência de subida do preço do petróleo verificada hoje “não vai alterar muito a média, mas poderá fazer aqui um pequeno ajustamento”, sendo que “depois tudo depende da reação dos operadores e do mercado para vermos isso refletido nos preços finais”.
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A confirmar-se a descida do preço dos combustíveis, o Governo deve aumentar o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) na próxima semana.
É o que resulta da fórmula transitória criada na semana passada pelo governo para atenuar o aumento do preço dos combustíveis, para que o Estado não lucrasse com a subida das gasolinas. Na prática o governo passou a descer o ISP no mesmo valor em que aumente a receita de IVA, mantendo assim o valor em euros que encaixa em cada litro de combustíveis.
Na próxima segunda-feira acontece o contrário e por isso, o secretário-geral da APETRO reconhece que “se for aplicada a fórmula tal qual como ela está, haverá com a previsão da descida dos preços, uma descida da receita do IVA e isso levaria a um aumento do ISP”. António Comprido admite que “obviamente se houver essa subida, os valores da descida ao consumidor final serão atenuados por esse fato”.
A decisão do Governo sobre o que vai fazer relativamente ao valor do ISP deve ser conhecida durante a tarde desta sexta-feira.