28 mar, 2022 - 07:49 • Fátima Casanova
A invasão russa da Ucrânia empurrou a Europa para uma crise energética. A guerra veio evidenciar a dependência de alguns países face ao petróleo e ao gás russo.
A falta de água nas barragens também não ajuda. O custo da produção de eletricidade está, por isso, alto e depois reflete-se na fatura dos consumidores.
Para o próximo mês estão anunciados aumentos a que não escapam as famílias. Até quem está no mercado regulado vai sofrer um agravamento extraordinário de aproximadamente 3% na fatura média mensal de eletricidade.
Desde logo devem tentar perceber se a potência contratada para casa é a mais correta. É essa potência vai determinar o número de equipamentos que podem estar ligados em simultâneo.
As potências mais comuns para clientes residenciais variam entre os 3,45 e os 6,9 quilovoltamperes, com diferenças na fatura que podem chegar às dezenas de euros no final do ano.
À Renascença, Pedro Costa, responsável pela direção de consumidores de energia da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos explica que “um consumidor que hoje tenha 6,9 Kva de potência contratada, se conseguisse passar para 3,45 poderá poupar quase 5 euros por mês, o que dá 60 euros num ano. Tem peso na fatura”.
“Há também escalões intermédios entre o 6,9 e o 3,45 Kva, estes são os dois que as pessoas conhecem melhor, há o 5,75 e o 4,6. Se tem 6,9 se calhar vale a pena tentar, por exemplo, baixar para o 5,75 e verificar se consegue viver bem assim, sem o quadro disparar demasiadas vezes””, detalha.
Mas se ainda tem dúvidas, antes de avançar para a alteração, pode sempre recorrer ao simulador da ERSE que “tem um simulador de potência contratada no site em que a pessoa indica os eletrodomésticos que tem, quais é que usa ou não usa ao mesmo tempo e ele no final devolve a potência contratada sugerida”, explica.
O simulador de preços de energia da ERSE compara todas as ofertas comerciais disponíveis e o melhor é ter uma fatura à mão.
“Uma boa maneira de fazer uma simulação é ter consigo a sua fatura de eletricidade ou de gás natural. Depois dirige-se ao simulador e o simulador vai perguntar-lhe se os dados que tem se são dados de um mês ou de um ano, ou se prefere uma solução mais simplificada e usar um caso tipificado: um casal, um casal com dois filhos ou com três filhos. Depois preenche os dados com os consumos respetivos e no final o simulador devolve-lhe uma lista ordenada das melhores propostas para o seu caso”, especifica.
Feita a pesquisa, o consumidor fica a saber qual a proposta mais barata e pelas contas de Pedro Costa, a diferença significa mais de umas dezenas de euros de poupança ao final do ano.
“Uma família com dois filhos terá uma fatura a rondar os 90 euros por mês. Portanto se houver uma diferença de 10% entre o máximo e o mínimo já estamos a falar de 9, 10 euros por mês. Já tem significado”, sublinha.
Pedro Costa alerta que “é bastante importante, nestas ofertas, verificar se tem ou não serviços adicionais, que é uma situação para a qual os consumidores nem sempre estão despertos. São serviços que o comercializador oferece e que convém que o consumidor verifique se os vai ou não utilizar. Se não for utilizar não valerá a pena pagar por eles, porque mensalmente vai pagar por eles um determinado valor”.
Pagar pelo que não precisa representa ao final do ano mais umas dezenas de euros que saem da carteira do consumidor, de dezenas em dezenas a conta da poupança pode chegar às centenas de euros por ano. Por isso, convém ler o contrato de energia saber o que inclui e só depois procurar uma oferta mais barata.
Entretanto em casa, convém ligar as máquinas de lavar só com a carga completa, abrir o frigorifico apenas por momentos breves e desligar todos os aparelhos quando não os está a utilizar. Também é importante ter presente que mesmo a luzinha de "stand by" está a consumir energia.