24 jun, 2022 - 14:16 • Rafael Duarte
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, avisa os trabalhadores que a “TAP não pode aumentar os custos laborais”.
Em cenário de comboios, o tema forte foram os aviões. À margem da cerimónia de consignação da eletrificação da Linha do Algarve, o ministro das Infraestruturas e Habitação deixou uma garantia: "A TAP não pode fazer aquilo que não pode”.
“A TAP não é uma empresa que esteja a dar lucro. E uma empresa que dá prejuízo não pode simplesmente aumentar os custos laborais. Se uma empresa que dá prejuízo aumenta os custos laborais aumenta o prejuízo. Podemos ter todos um conjunto muito diferente de desejos e vontades, mas há uma realidade concreta de uma empresa em dificuldades num processo muito difícil de recuperação e que não tem a margem financeira que lhe permita aumentar, de forma descontrolada, os custos laborais", afirma Pedro Nuno Santos.
Sobre a possibilidade de haver greves no verão, o ministro das Infraestruturas diz estar confiante de que isso não irá acontecer e alerta para o impacto que pode ter no país.
"As paralisações são altamente disruptivas para a empresa e para o país. Acho que o país não compreenderá depois do esforço que fez para salvar a TAP (injetados 3,2 mil milhões de euros) que a TAP ao segundo ano do plano de reestruturação entre numa situação de conflitualidade social. Tenho a convicção de que isso não vai acontecer e que toda a gente entende a importância disso não acontecer e termos um bom ano de 2022".
Um ano que começa a aproximar-se dos valores de 2019, "o melhor ano de sempre", segundo o ministro.
No entanto, Pedro Nuno Santos, avisa que mesmo em 2019 a TAP deu prejuízo. "2019 foi o melhor ano do turismo e da TAP também, mas não podemos esquecer que nesse melhor ano de sempre a TAP também teve prejuízo”.
“Portanto não basta voltar aos níveis de atividade em 2019 para se poder repor as condições que se tinha antes de 2019. O Governo não negoceia, quem negoceia é a administração da TAP, mas o Governo continuará junto dos trabalhadores a explicar e a sensibilizar para a importância de nós sermos todos firmes na concretização do plano de reestruturação do qual depende a sobrevivência da companhia aérea onde eles trabalham."
Palavras que chegam do sul do país. Pedro Nuno Santos esteve em Lagos para dar início à empreitada de eletrificação do troço da Linha do Algarve com cerca de 45 quilómetros de extensão entre Tunes e Lagos. Na cerimónia, contou que Portugal está a trabalhar com o Governo espanhol para futuramente ligar a Linha do Algarve a Espanha.
[notícia atualizada]