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Lagarde não acredita no regresso à baixa inflação. "Há forças que foram libertadas"

29 jun, 2022 - 17:08 • Sandra Afonso

Presidente do BCE reconheceu ainda que os modelos económicos também falham, em resposta às críticas de que o BCE pode ter subestimado a subida dos preços.

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Não vamos regressar aos preços baixos, afirma a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, questionada se passada esta crise podemos contar com o regresso da economia às condições de há dez anos.

"Não acredito que regressemos ao período de baixa inflação. Há forças que foram libertadas, na sequência da pandemia e deste choque geopolítico massivo que enfrentamos atualmente, que vão mudar a paisagem em que nos movemos", declarou Christine Lagarde, no encerramento do Fórum do BCE, em Sintra.

A presidente do BCE reconheceu ainda que os modelos económicos também falham, em resposta às críticas de que o BCE pode ter subestimado a subida dos preços.

"Não é uma ciência o que fazemos, também há um elemento de arte", explica.

No mesmo painel, o presidente da Reserva Federal norte-americana assegurou que a economia dos Estados Unidos está robusta para lidar com a subida das taxas de juro e manter um mercado de trabalho saudável.

O governador do Banco de Inglaterra admitiu que "todas as opções estão em cima da mesa", para responder à inflação.

Ainda assim, Andrew Bailey, Governador do Banco Central de Inglaterra, lembra que não fazer nada para atacar a inflação será ainda pior.

Por isso o BCE já confirmou a subida dos juros este mês, em 25 pontos base, e novo aumento em setembro.

Na próxima reunião de governadores deve ainda ser discutido o novo mecanismo anti-fragmentação, do qual ainda se conhecem poucos detalhes, apesar de ter sido bastante questionado neste Fórum.

Lagarde não adiantou detalhes, diz apenas que terá de ser eficaz, proporcional e conter salvaguardas.

O Conselho de Governadores do BCE vai discutir a proposta para um novo mecanismo anti-fragmentação a 21 de julho.

[Artigo atualizado às 18h20]

O preço do pão não para de subir. A inflação explicada em regueifas
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