30 jun, 2022 - 21:24 • João Carlos Malta
É o momento do tudo ou nada. Ou se avança para a ação, ou o futuro dos oceanos pode estar em risco. Quem o diz é o ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, durante a Conferência dos Oceanos, organizada pelas Organização das Nações Unidas, em Lisboa.
“Neste momento, há um milhão de espécies que estão ameaçadas. Ao longo das últimas três décadas perdemos um terço dos recifes de corais, um terço dos tubarões e raias, um terço dos molúsculos de água doce. Temos de fazer um grande plano para parar com esta destruição. O apelo desta convenção é o de estender a proteção dos oceanos”, disse o ministro à Renascença.
Costa e Silva quer que em agosto seja finalmente assinado em Nova Iorque o Tratado do Alto Mar. É um acordo que cobre 64% dos oceanos. Este é também um passo fundamental para se avançar, no final do ano, para as conversações de defesa da biodiversidade marítima que ocorrerão no Canadá.
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O Tratado do Alto Mar começou a ser desenhado há 22 anos, e há mais de uma década que as discussões começaram. Porque é que tudo demora tanto tempo? “Temos um sistema de governança global do planeta que tem muitas falhas, funcionamos muito de cima para baixo”, lamenta o ministro.
O mesmo diz ainda que, neste momento, “temos uma situação geopolítica no mundo muito difícil”.
“Compete-nos fazer a transformação, ou continuar com o 'business as usual' e vamos todos bater com a cabeça”, sintetiza.
Os obstáculos para o acordo que se deseja alcançar são, segundo Costa e Silva, indústrias tradicionais, e alguns países que desejam alargar as áreas à disposição para explorar os recursos de forma intensiva.
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