06 jul, 2022 - 21:06 • Lusa
Os membros do Comité da Reserva Federal norte-americana (Fed) sinalizaram na última reunião que poderão ser necessárias taxas de juros muito mais altas se a inflação persistir.
Os membros do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) da Fed reconheceram, segundo as atas da reunião de 14 e 15 de junho divulgadas esta quarta-feira, que os aumentos das taxas de juro podem enfraquecer a economia.
No entanto, consideraram que tais medidas são necessárias para desacelerar os aumentos de preços com vista à meta anual de 2%.
De acordo com as atas, os responsáveis do banco central revelaram-se apreensivos com o facto dos consumidores estarem a começar a antecipar uma inflação mais alta.
Os responsáveis do banco central concordaram que a instituição precisava aumentar o intervalo da taxa de juro diretora para níveis "restritivos" que retardariam o crescimento da economia e "reconheceram que uma postura ainda mais restritiva poderia ser apropriada" se a inflação persistisse.
Após a reunião do mês passado, a Fed anunciou um aumento de 75 pontos base para um intervalo de 1,5% a 1,75%, o terceiro aumento desde março e o maior desde 1994.
A Fed tem vindo a intensificar o esforço para restringir o crédito e desacelerar o crescimento, com a inflação a subir para máximos de quatro décadas de 8,6%.
Os americanos estão a começar a esperar que a inflação elevada continue durante algum tempo, o que pode dificultar o objetivo de reduzir a inflação em direção à meta de 2% da Fed.
Com as eleições do meio de mandato a aproximarem-se, a inflação elevada subiu para o topo das preocupações dos americanos.
Recentemente, no fórum anual do Banco Central Europeu, o presidente da Fed, Jerome Powell, disse que a economia dos Estados Unidos está "em boa forma" e "bem posicionada" para acomodar a política monetária que está a ser implementada.
Nas novas projeções que divulgou, em 15 de junho, a Fed indicou que espera agora uma inflação de 5,2% este ano, em vez dos 4,3% que previa em março e antecipou um crescimento mais fraco de 1,7%, quando anteriormente previa 2,8%.