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​FMI revê crescimento mundial em baixa e admite estagnação na zona euro

26 jul, 2022 - 15:12 • Sandra Afonso

Para a inflação, a estimativa é que chegue aos 6,6% este ano nas economias mais avançadas. No entanto, nas emergentes pode atingir os 9,5%.

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais pessimista. As estimativas de crescimento caíram agora para 3,2%, são menos quatro décimas do que em abril, e podem ser feitas novas revisões.

A inflação deverá subir 6,6%, nas economias avançadas. Além do aumento dos preços, medidas como cortes no abastecimento do gás russo podem voltar a baixar o crescimento mundial.

O “World Economic Outlook”, divulgado esta terça-feira, justifica a revisão em baixa com a contração do produto global no segundo trimestre deste ano. É o primeiro recuo desde 2020, o início da pandemia.

Parte é explicada por recuos nas economias da China e da Rússia, devido ainda à pandemia, dificuldades de financiamento e efeitos de contágio da guerra na Ucrânia.

Os Estados Unidos também influenciaram este resultado, com a descida do consumo empurrada pelo aumento da inflação. Um cenário que se repete na Europa.

O FMI admite ainda que as regras orçamentais não evitaram o aumento da dívida pública, mas devem existir, porque dão credibilidade aos Estados.

Para a inflação, a estimativa é que chegue aos 6,6% este ano nas economias mais avançadas. No entanto, nas emergentes pode atingir os 9,5%. Os dois valores foram revistos em alta, em 0,8 e 0,9 pontos percentuais, respetivamente.

Há um tom que atravessa todo o relatório, o da grande incerteza que rodeia os próximos meses. Segundo o FMI, estas previsões são "extraordinariamente incertas" e "esmagadoramente a pender para a revisão em baixa".

Todos os dados avançados estão assentes em pressupostos que podem ser rapidamente ultrapassados pela realidade: novas reduções inesperadas de fornecimento de gás russo à Europa;o comportamento dos preços; a resposta dos mercados financeiros.

O FMI dá como exemplo o Nord Stream, onde ontem foi fechada mais uma turbina, o que se traduz numa nova redução de fornecimento de gás russo à Europa.

Esta medida torna mais difícil baixar a inflação, o que aumenta a pressão sobre as dívidas soberanas.

A somar a tudo isto, está ainda a Covid-19, que ainda tem efeitos nas economias.

No pior dos cenários, caso todos os riscos se materializem, o crescimento global ficará nos 10% mais baixos desde 1970. O FMI admite que “a inflação sobe ainda mais e o ritmo de crescimento global baixa para 2,6% em 2022 e para 2% em 2023".

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