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Mário Ferreira prescinde de empréstimo do Banco de Fomento

01 ago, 2022 - 17:03 • Lusa

Grupo Pluris vai realizar um aumento de capital na próxima semana com fundos próprios, avança o empresário.

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O grupo Pluris vai prescindir do empréstimo de 40 milhões de euros concedidos pelo Banco Português de Fomento e vai realizar um aumento de capital na próxima semana com fundos próprios, anunciou esta segunda-feira o presidente Mário Ferreira.

A Pluris adianta, em comunicado, que "prescinde do empréstimo de 40 milhões de euros concedidos pelo Banco de Fomento" e vai realizar já na próxima semana um aumento de capital com fundos próprios.

"O grupo concretizará o necessário aumento de capital na empresa Mystic Invest, mas decidiu, para o efeito, vender alguns dos ativos detidos pela Pluris Investments, realizando assim o necessário aumento de capital já na próxima semana", refere o comunicado assinado por Mário Ferreira.

Esta informação consta de um comunicado em que a Pluris Investments, "em nome da verdade dos factos e na salvaguarda do seu bom nome e do seu acionista principal, Mário Ferreira, e de todas as entidades envolvidas" vem "prestar esclarecimento público sobre o contexto que envolveu a decisão de se candidatar ao PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], ao abrigo da Janela B e no enquadramento do Quadro Temporário de Auxílio de Estado no contexto da pandemia covid-19, e que mereceu aprovação pelo Banco Português de Fomento no passado dia 30 de junho de 2022, confirmando a sua elegibilidade com mérito".

No comunicado critica o que classifica de "vergonhosas ações" da ex-embaixadora Ana Gomes e da deputada bloquista Catarina Martins sobre este tema e informa que como resultado o grupo Pluris, "apesar de ter formalizado a candidatura ao instrumento de recapitalização disponibilizado pelo Estado português, em 24 de fevereiro de 2022, e de a mesma ter sido aprovada pelo Banco Português de Fomento, no passado dia 30 de junho de 2022, recusa qualquer cêntimo do PRR e que solicitou hoje o cancelamento do pedido de empréstimo ao Banco de Fomento".

Aliás, "desde o primeiro momento em que se soube que ao abrigo da linha de financiamento com origem no PRR tinha sido aprovado um projeto do grupo Pluris, tanto a senhora deputada Catarina Mendes como a senhora embaixadora Ana Gomes proferiram declarações insultuosas, fora de contexto, populistas e demagógicas -- escudadas em insinuações para evitarem processos judiciais -- sobre as razões da atribuição desse empréstimo, sem nunca cuidarem de saber da verdade dos factos, sem nunca questionarem o Conselho de Administração" e "desrespeitando totalmente os mais de 1.800 trabalhadores do grupo e os vários milhares de empregos indiretos que ajudamos a manter", critica Mário Ferreira.

"Porque são falsas as acusações e insinuações em causa e porque alguns meios de comunicação social insistem em falar do grupo Pluris e do seu acionista principal nunca referindo a verdade dos factos e antes associando supostas situações legais com as quais tentam beliscar a honorabilidade do nosso grupo e de quem o gere", o grupo faz um esclarecimento com 10 pontos.

A Pluris é acionista de referência da Media Capital, dona da TVI.

O grupo, salienta, "integra no âmbito das suas participadas um vasto conjunto de participações financeiras, cuja mais relevante e de dimensão mais expressiva e mediática é a relacionada com a exploração turística de navios-hotel, no Rio Douro, através da Douro Azul, assim como desde 2019, implementado uma estratégia de investimento expressivo, numa nova linha de negócio com grande potencial de crescimento, a exploração turística de navios oceânicos da classe Expedition, totalmente desenvolvidos e construídos em Portugal, tendo desenvolvido competências mundialmente reconhecidas com "know-how" português na indústria naval".

A Pluris emprega diretamente mais de 1.800 trabalhadores, "que representam uma massa salarial de mais de 50 milhões de euros, apenas no setor turístico, para não mencionar os empregos indiretos que da sua atividade dependem", destaca o presidente.

Atualmente -- e através das suas diversas participadas de Rio e Mar, agregadas na Mystic Invest Holding SGPS SA, "o grupo é proprietário de três navios da classe Expedition, assim como de um navio oceânico de transporte de passageiros, o Vasco da Gama, sendo que até ao final do corrente ano será colocado em operação um quarto navio da classe Expedition, atualmente em fase final de construção nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, razão pela qual o grupo tem necessidade e vai aumentar o seu capital próprio em 80 milhões de euros".

Desde dezembro de 2019 -- e na sequência da pandemia de covid-19 --, "os acionistas viram-se confrontados com a necessidade de reavaliar os seus planos estratégicos, mantendo a convicção que o racional que tinha determinado a sua decisão de investir nesta linha de negócio continuava válido, razão pela qual deram continuidade ao seu projeto sem parar de construir e investir em Portugal, continuando assim a apoiar dezenas de empresas nacionais envolvidas na construção dos seus navios", sublinha o gestor.

Ora, "apesar de todas as dificuldades e enormes constrangimentos associados a uma operação desta envergadura", a Plutis e a sua participada Mystic Invest Holding "garantiram sempre, na íntegra, todos os postos de trabalho, os seus compromissos com os seus colaboradores, com os seus fornecedores e com os seus parceiros financeiros, não tendo recorrido a qualquer tipo de moratórias", salienta Mário Ferreira, no comunicado.

Este "enorme esforço financeiro", aponta, só foi possível "graças ao total e completo comprometimento dos seus dois acionistas de referência, em que o grupo Pluris detém 60% e o seu acionista internacional o restante".

A paragem quase total da atividade da participada Mystic Invest Holding "limitou, contudo, de forma extremamente gravosa a geração de receitas durante a fase crítica da pandemia, impactando, de forma inevitável, a fortíssima deterioração dos níveis de capitais próprios do grupo, entre dezembro de 2019 e dezembro de 2021, num valor superior a mais de 60 milhões de euros".

Perante isto, a Pluris decidiu recorrer a um empréstimo, totalmente reembolsável, "colocado em dispor pela Comissão Europeia, que entendeu facultar ao Estado português uma linha de apoio à recapitalização das empresas que foram afetadas pelo impacto da pandemia na sua atividade", prossegue o gestor.

Esse mecanismo foi disponibilizado através do Banco Português de Fomento (BPF) como entidade gestora, em termos e condições públicas em outubro de 2021, "pois não só o grupo Pluris cumpre com todos os requisitos definidos pela Comissão Europeia para aceder àquela tipologia de linha, como é no seu entendimento fundamental para a sua cadeia de valor manter o seu plano estratégico de investimento, o controlo da operação naval em mãos portuguesas, assim como contribuir para a incorporação de mais de 60% de produtos nacionais na construção dos seus navios, ao mesmo tempo contribuir como maior cliente, para a garantia e utilização dos Estaleiros de Viana do Castelo que mantêm mais de 1.000 postos de trabalho", argumenta.

Aliás, "faz parte do ADN" da Pluris "crescer de forma sustentada e sustentável, criando valor em Portugal" com recurso a tecnologia e mão-de-obra portuguesa e "contribuindo para ser um embaixador orgulhoso de Portugal e do que é português", sublinha Mário Ferreira.

Esta operação, "totalmente legal e cumprindo todas as regras de transparência, foi transformada por duas pessoas que em nada contribuem para a economia nacional, com a conivência de alguns órgãos de comunicação social, num triste espetáculo mediático que só deveria envergonhar quem o protagonizou", lamenta.

"Estranha-se que tanto Ana Gomes como Catarina Martins não se tenham preocupado com o facto de 323 milhões de euros dessa mesma linha não terem sido utilizados e que estejam em risco de ter de ser devolvidos a Bruxelas sem que qualquer empresa portuguesa deles beneficie", refere Mário Ferreira, que termina o comunicado com uma "palavra de apreço público" ao BPF "pela forma profissional e diligente como, apesar de todos os constrangimentos, conduziu o processo, percebendo-se que os seus graus de liberdade para fazer mais e mais rápido, sabendo que não dependem exclusivamente de si".

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