03 ago, 2022 - 15:58 • Redação
O Sindicato da Construção de Portugal denuncia que os baixos salários estão na base da falta de pessoas para executar as obras públicas e privadas em Portugal.
Nos últimos seis anos saíram do setor 300 mil trabalhadores e, atualmente, são necessários 90 mil trabalhadores para essas obras.
Albano Ribeiro, presidente do Sindicato da Construção de Portugal, diz que o problema não é a falta de trabalhadores, mas sim os baixos salários.
“Um carpinteiro, por exemplo, vai para a Alemanha e ganha 3.900 euros. Em Portugal, no contrato são 720 euros. Por muito que nós sejamos patriotas, naturalmente que está a questão social e familiar.”
Albano Ribeiro diz que a situação só não é pior porque há empresários que pagam acima do que está no contrato.
“Os empresários sabem que a primeira função social deles é pagar os salários no final de cada mês. Os patrões, não. Acabe-se com os patrões na construção, porque ainda temos bons operários no setor porque os empresários pagam acima daquilo que está no contrato, senão ainda tínhamos mais trabalhadores que iam para fora do país.”
Quanto à entrada de novos trabalhadores, o presidente do sindicato afirma ainda que o setor está muito envelhecido e não está a ser renovado.
Atribui por fim responsabilidades ao Governo, porque acabaram com os centros de emprego onde davam formação.