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Empresas exigem dois milhões de euros para combater a inflação

29 ago, 2022 - 15:38 • Redação

Várias empresas do setor da indústria queixam-se da insuficiência dos apoios. Presidente da Associação de Têxtil e Vestuário alerta que estes estes acomodam apenas "uma muito pequena parte do incremento do custo".

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Várias associações do setor da indústria lançaram, esta segunda-feira, um pedido de dois milhões de euros anuais, por empresa, para combater a escalada consecutiva dos preços do gás natural e da energia.

Para muitas destas empresas, o apoio apresentado pelo Governo não é suficiente sequer para um mês de custos.

O presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portuga, Mário Jorge Machado, diz à Renascença que "a situação nas empresas é muito difícil, em termos de tesouraria, para garantir este aumento de custos", referindo-se ao aumento de preços como uma "sangria" nas tesourarias das empresas.

"O valor do gás está nos 300 [euros por MWh] e a dimensão do problema está-se a multiplicar por três. O valor para garantir alguma razoabilidade para as empresas do setor deveria passar pela ordem dos dois milhões de euros por empresa, para poder acomodar uma muito pequena parte do incremento do custo, porque estamos sempre a falar de acomodar uma parte muito pequena", explica o empresário.

Na semana passada, o Governo anunciou o aumento do teto máximo de apoios a empresas grandes consumidoras de gás natural, passando de 400 mil para 500 mil euros anuais por empresa. Este aumento é integrante do “Programa Apoiar as Indústrias Intensivas em Gás”, desenvolvido para fazer face à inflação, que entrará em vigor a partir de setembro.

O presidente da Associação Empresarial de Portugal, Luís Miguel Ribeiro, chama a atenção para as consequências que os apoios insuficientes poderão gerar, como a "dispensa de recursos humanos" ou até o "encerramento da empresa", cenários possíveis "se esta situação se mantiver, poque é, de facto, insustentável", alerta.

"Uma redução da tributação sobre energia, uma redução sobre outros custos de trabalho", sugere Luís Miguel Ribeiro. "É preciso encontrar outro conjunto de medidas ao nível de orçamento de estado, cuja margem resulta também desta inflação que estamos a viver, que tem uma margem para poder alocar recursos de apoio a empresas, neste aumento brutal das faturas energéticas", diz.

Outras empresas já expuseram as dificuldades sentidas pelo aumento constante dos preços do gás, como é o caso da fábrica Vista Alegre.

O programa de apoio foi anunciado em abril, e registaram-se mais de 180 candidaturas.

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