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Gazprom volta a interromper fluxos de gás para a Europa

31 ago, 2022 - 07:49 • Redação com agências

Entrega de gás russo parada por três dias. Devido a esta paragem forçada, a Europa deixa de receber 100 milhões de metros cúbicos de gás natural.

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Analistas antecipam novos aumentos do preço do gás, porque a Europa fica, a partir de hoje, privada do gás russo. A empresa estatal Gazprom volta a encerrar o gasoduto Nord Stream por um período de três dias.

Este corte é justificado com a necessidade de fazer trabalhos complexos de manutenção no gasoduto. “Após a manutenção estar completa e caso não haja nenhum problema técnico, o transporte de gás vai retomar o nível de 33 milhões de metros cúbicos por dia”, esclarece o comunicado.

Devido a esta paragem forçada, a Europa deixa de receber 100 milhões de metros cúbicos de gás natural.

As tensões geopolíticas devido à guerra da Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.

Em Portugal, o gás russo representou, em 2021, menos de 10% do total importado.

UE atinge meta de 80% de armazenamento

A presidente da Comissão Europeia já anunciou que a União Europeia atingiu a meta de 80% de armazenamento de gás, prevista para 1 de novembro próximo, falando em “boas notícias” para reduzir a dependência da Rússia.

“Precisamos de nos afastar dos combustíveis fósseis russos e conseguir fontes fidedignas e confiáveis, principalmente para encher os nossos armazéns, e aqui existem boas notícias [pois] atingimos já uma média na União Europeia de preenchimento do armazenamento de 80%”, anunciou terça-feira Ursula von der Leyen, discurso numa cimeira sobre Segurança Energética em Copenhaga, na Dinamarca.

“Basicamente já atingimos a quantidade que acordámos para este ano, mas sabemos que ainda vamos aumentar o preenchimento do armazenamento.”

Ainda assim, Ursula von der Leyen vincou que a dependência da UE face aos combustíveis fósseis russos “só acabará se se investir maciçamente em energias renováveis”.

Dados da organização europeia Gas Infrastructure Europe, consultados pela agência Lusa, revelam que o preenchimento das reservas de gás da UE está hoje a 79,94%, com Portugal a ter o seu armazenamento totalmente cheio (100%).

A ideia é evitar uma rutura no inverno, já que os armazéns subterrâneos de gás (que existem em 18 dos 27 Estados-membros) disponibilizam aprovisionamento adicional em caso de forte procura ou de perturbações no abastecimento, reduzindo a necessidade de importar gás adicional ao, habitualmente, fornecerem 25-30% do gás consumido na estação fria.

No final de março passado, a Comissão Europeia propôs uma obrigação mínima de 80% de armazenamento de gás na UE para o próximo inverno, até início de novembro, para garantir fornecimento energético, percentagem que deverá chegar aos 90% nos anos seguintes.

Dos 27, só a Grécia, Chipre, Irlanda, Eslovénia, Lituânia, Finlândia, Estónia, Malta e Luxemburgo não têm infraestruturas para armazenamento de gás.

Multiplicar produção de energia eólica no Báltico

Oito países europeus concordaram em multiplicar por sete, até quase 20 gigawatts, a produção de energia no mar Báltico em 2030 para reduzir a dependência energética da Rússia.

O acordo pretende ser uma “resposta” à invasão russa da Ucrânia através de uma cooperação energética mais coesa que apoie os esforços para “acabar com a dependência da Rússia de combustíveis fósseis ‘o mais rápido possível’ e contribuir para a neutralidade climática”, segundo uma declaração assinada em Copenhaga.

Os oito países signatários – Dinamarca, Alemanha, Polónia, Suécia, Finlândia, Lituânia, Letónia e Estónia – também reconhecem que o Báltico poderá produzir até 93 gigawatts de energia eólica em 2050.

“Todos nós partilhamos um grande potencial de energia eólica marinha, mas enquanto dependermos de combustíveis fósseis, estaremos vulneráveis”, disse a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, em conferência de imprensa, acompanhada pelos seus homólogos da Polónia, Finlândia e dos três países bálticos.

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