01 set, 2022 - 13:19
O primeiro-ministro, António Costa, reiterou esta quinta-feira que o Governo
vai aprovar no Conselho de Ministros extraordinário da próxima semana
medidas de apoio ao rendimento das famílias por forma a mitigar o
impacto da escalada da inflação. Contudo, os apoios para as empresas só
deverão ser anunciados depois da reunião dos ministros da Energia da
União Europeia (UE), marcada para 9 de setembro.
António Costa respondia às perguntas dos jornalistas na Cimeira Luso-Moçambicana, em Maputo, que questionaram sobre as declarações do Presidente da República que, esta manhã, que defendeu defendeu que as medidas de apoio às famílias e empresas para fazer face à inflação deveriam ser concertadas a nível europeu, e sobre a possibilidade de uma redução do IVA, como foi anunciado em Espanha.
Sobre medidas de apoio para as empresas, o primeiro-ministro referiu que "está marcado um Conselho de Ministros da Energia da União Europeia para o próximo dia 9, onde esperamos que finalmente a UE aprove um conjunto de medidas como aquelas que temos vindo a defender desde o inicio desta crise, designadamente a reforma do mercado da eletricidade. Como sabe foi possível obter uma decisão excecional para Portugal e para Espanha que nos tem permitido não contaminar o aumento do preço da eletricidade pelo aumento do preço do gás, chamado o mecanismo ibérico, mas precisamos de uma reforma estrutural".
"É com grande agrado que tenho ouvido, nas últimas semanas, a presidente da Comissão dizer que reconhece a necessidade de realizar uma reforma estrutural. E é por isso que só depois deste Conselho de Ministros da UE é que faz sentido definir um novo pacote dirigido especificamente para as empresas, porque faz sentido defini-lo tendo em conta aquilo que será a decisão, espero que no bom sentido, dessa reunião", acrescentou.
"Considerando todas as medidas em vigor, a diminui(...)
Em relação às famílias, António Costa relembrou que está marcado um Conselho de Ministros extraordinário para a próxima segunda-feira “para aprovar um conjunto de medidas de apoio às famílias”, acrescentando que “temos clara qual é a perspetiva de execução orçamental, com responsabilidade podemos tomar as decisões com segurança”.
Questionado pela imprensa portuguesa se poderia adiantar algumas dessas medidas de apoio ao rendimento das famílias perante a escalada da inflação, Costa referiu que "é necessário assegurar que quer as famílias, quer as empresas têm condições de enfrentar esta situação e é nisso que estamos a trabalhar. E segunda-feira é já quase depois de amanhã".
António Costa alertou ainda que "a inflação é dos fenómenos económicos mas difíceis de enfrentar, gerir e controlar", salientando que é imprevisível o fim da guerra na Ucrânia.
"Ninguém sabe quando tempo dura a guerra, só sabemos que todos desejamos que acabe na próxima meia hora, mas não sabemos quando acaba."
"A força vem da calma e nós vivemos a nível global uma situação crítica, difícil, para a qual temos de encontrar respostas de solidariedade em termos internacionais, e no caso europeu muitas no âmbito da União Europeia, mas também ao nível de cada estado", defendeu o primeiro-ministro, apontando que é necessário reter a ideia de que "juntos, não deixando ninguém para trás e com muita serenidade, podemos enfrentar os desafios com a dimensão daqueles que estamos neste momento a enfrentar, e que podemos ir encontrando o caminho de proteção coletiva e de superação desta situação".