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Medidas do Governo contra a inflação. Bónus de meia pensão deixa pensionistas a perder a longo prazo

06 set, 2022 - 08:55 • Marta Pedreira Mixão , Anabela Góis

Este reforço extraordinário de rendimento terá como contrapartida a prazo um valor mais baixo das pensões recebidas. O economista João Duque diz que os pensionistas vão sair a perder.

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Num momento em que se regista a inflação mais alta das últimas décadas, o governo anunciou, na segunda-feira, um pacote de medidas de apoio aos rendimentos das famílias, com o objetivo de mitigar os efeitos da inflação e do aumento dos custos energéticos.

As medidas incluem as áreas de rendimentos, crianças e jovens, pensionistas, eletricidade, gás e combustíveis, rendas e transportes.

Entre as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro está o pagamento aos pensionistas de 14 meses e meio de pensões, em vez dos habituais 14 meses, sendo a meia pensão extra paga em outubro.

Contudo, este reforço extraordinário de rendimento terá como contrapartida a prazo um valor mais baixo das pensões recebidas.

Em suma, em termos anuais, trata-se de um reforço de 4,2%, por forma a ajudar a compensar o agravamento do custo de vida ao longo do ano, perante uma taxa de inflação perto dos 9% em agosto, contudo, este pagamento será único: apenas no mês de outubro, pelo que nos meses de novembro e dezembro a pensão recebida voltará ao valor normal.

Posteriormente, aquando do real aumento das pensões, em janeiro de 2023, em vez de ser aplicada a fórmula de atualização das pensões prevista, que se refletiria em aumentos entre 7,1% e 8%, os aumentos ficarão entre os 3,53% e 4,43%.

De acordo com o governo, a diferença entre o que será recebido no total de 2023, e o que se receberia caso se aplicasse a atualização prevista, corresponde exatamente ao pagamento do valor de meia pensão a ser realizado em outubro deste ano. Ou seja, o governo está a antecipar a entrega de uma parte desse aumento.

Contudo, segundo explica à Renascença o comentador João Duque, os pensionistas vão sair a perder.

“É que a partir de 2023, a base sobre a qual se vai fazer o acréscimo é que vai contar para os anos futuros e vai ser menor. Isto é, esta meia pensão não vai contar como aumento da base sobre a qual se vão fazer contas futuras, nem se quer as contas dos 4,43 ou 3,5. Portanto, em suma, os pensionistas vão perder”, explica.

“Primeiro, em relação à inflação, que, neste momento, já vai acumulada desde janeiro em 7,8% e, portanto, aquilo que eles vão potencialmente receber em janeiro, mais o que recebem hoje, não compensa aquilo que já foi o aumento do custo de vida até hoje, desde janeiro. Como ainda vão fazer face a todo o ano de 2023, mais o resto deste ano, sempre com o mesmo valor, aqui há uma perda efetiva de poder de compra com consequências depois no futuro. A base não é atualizada e ao não atualizarmos a base estamos a prejudicar as pessoas”, detalha o comentador.

Assim, ao transformar metade do aumento previsto para 2023 num bónus único, o valor das pensões recebidas a partir de 2024 (caso não se verifiquem outras atualizações) será menor do que caso esta medida não tivesse sido adotada.

Segundo o primeiro-ministro, esta foi a solução encontrada pelo Governo para conciliar a necessidade imediata de apoiar os pensionistas e o objetivo de sustentabilidade do sistema de Segurança Social.

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  • Luiz
    06 set, 2022 SANTO ANTÓNIO DOS CAVALEIROS 20:16
    Só me saem duques! Estou reformado faz 22 anos, nunca tive aumento, antes pelo contrário, será que em todo este "longo prazo" estive a ganhar? Tanto duque a sair da cartola!
  • Joaquim Correto
    06 set, 2022 Paços 11:36
    Todos dizem que os pensionistas ficam a perder, então porque é que não fazem umas simulações com valores reais?
  • Cidadao
    06 set, 2022 Lisboa 09:38
    Uma esperteza saloia, dar migalhas hoje, para cortar amanhã alegando "já ter dado"... Malabarismo político, Fraude, burla, é o que lhe quiserem chamar. E agora que perceberam que foram desmascarados, alguns comentadores xuxas já andam a insinuar que "isto foi uma condição de Bruxelas" para poder haver benesses, tipo tempos da Troika, e o governo "coitadinho", está de mãos e pés atados e tem de obedecer aos "malvados de Bruxelas" pois ou era isto ou nada - ou seja, querem insultar a nossa inteligência ao mesmo tempo que nos espoliam. Se isso fosse remotamente verdade, o governo haveria de badalar isso aos 4 ventos apresentando os fatos de imediato e descarregando logo todas as culpas em Bruxelas. Viram algo parecido com isso? A responsabilidade é toda do governo e isto foi a fraude habitual.
  • Americo
    06 set, 2022 Leiria 09:13
    Truques e malabarismo, é o que se pode resumir. Os valores dados são os obtidos em excesso nos impostos que pagamos. Quanto aos reformados é uma antecipação. Não acreditava que a desfaçatez de António Costa chegasse a este ponto.
  • xico
    06 set, 2022 lixa 09:07
    A base do socialismo é manter o povo na miséria e dependente de esmolas do estado,quem os ouve falar não conseguem ler as entrelinhas,como é o caso deste povo,continuem a votar neles e depois não se queixem......

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