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Ministro das Finanças

Medina admite taxar lucros das grandes empresas pelo menos 15%

10 set, 2022 - 15:38 • Lusa

Ministro das Finanças defende "caminho estreito" de combate à inflação, cujos níveis atuais são "um problema central" na Europa.

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O ministro das Finanças admitiu, este sábado, taxar os lucros das grandes empresas.

Em declarações à chegada para o segundo dia de uma reunião informal dos ministros das Finanças dos 27 membros da União Europeia, em Praga, Fernando Medina defendeu uma taxa mínima de 15% sobre os lucros das grandes empresas. Junta-se, desta forma, à posição de outros cinco países, entre eles França e Alemanha

Medina também defendeu um "caminho estreito" de combate à inflação, admitindo que os atuais níveis são "um problema central" na Europa, numa altura de receios de recessão económica na zona euro.

"As duas matérias estão ligadas. É natural que os ministros das Finanças expressem a sua posição de prudência, de cautela. Os bancos centrais têm a responsabilidade relativamente à gestão da política monetária e, hoje, a inflação é um problema central na Europa e em Portugal também", disse Fernando Medina, em declarações à chegada ao segundo dia de uma reunião informal dos ministros das Finanças da UE, no âmbito da presidência checa do Conselho, em Praga.

Depois de os governos da zona euro terem admitido já na sexta-feira que a guerra na Ucrânia e a crise energética aumentaram o risco de recessão, o ministro português da tutela defendeu "um caminho estreito que é preciso prosseguir de uma estratégia de redução da inflação, quando uma parte importante do efeito da inflação, aliás, não decorre da circunstância da procura interna na União Europeia, mas decorre nos preços da energia".

"Entende-se que haja aqui uma necessidade de uma atuação, mas é evidente que esta atuação tem de ser ponderada com aquilo que vai acontecer do ponto de vista da frente económica", acrescentou.

Para Fernando Medina, os países do euro devem prosseguir então "um caminho entre estes dois lados, entre aquilo que acontece do lado da economia e aquilo que acontece com a inflação".

E avisou: "Se não atacamos já a inflação, mais tarde é mais difícil de debelar".

Os governos da zona euro admitiram que a guerra na Ucrânia aumentou o risco de recessão, mas descartam que a economia esteja inevitavelmente condenada a cair e prometem tomar medidas para combater a inflação e mitigar o seu impacto.

"O risco aumentou, mas a recessão não é inevitável", disseram o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohe, e o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, em conferência de imprensa após o primeiro dia da reunião informal dos ministros da Economia e das Finanças zona euro, em Praga, que se centrou em como responder à crise devido à guerra na Ucrânia.

A subida dos preços da energia agravada pela invasão empurrou a inflação na zona euro para um recorde de 9,1% em agosto e obrigou a baixar as previsões de crescimento para os 19 países, a ponto de o Banco Central Europeu antecipar uma recessão no caso de um corte total do gás russo.

Além da política orçamental e monetária, os países do euro já vieram concordar que a solução para a crise energética deve passar pela intervenção no mercado que os ministros da energia também discutiram na sexta-feira em Bruxelas, onde começaram a ser desenhadas medidas para dar liquidez às empresas de energia ou limitar os lucros das empresas que produzem energia a baixo custo.

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