16 set, 2022 - 19:26 • Sandra Afonso
Falta em Portugal “ambição” e “medidas estruturais”, sobretudo a nível fiscal. É a crítica de Eduardo Catroga, antigo ministro das Finanças, ao pacote de apoios às empresas apresentado pelo Governo.
O também ex-governador do Banco de Portugal defende “ações estruturais para melhorar a taxa potencial de crescimento económico, a produtividade do setor público e privado, o aumento da dimensão das empresas e permitir uma fiscalidade competitiva”.
Eduardo Catroga critica ainda as novas taxas sobre as empresas nacionais, que estão já entre as mais tributadas da Europa. Diz que o problema são os impostos excessivos, não os lucros excessivos.
“Em matéria de IRC, considerado a taxa base e as alcavalas das taxas adicionais estaduais, estamos no topo da Europa. Por outro lado, existem contribuições extraordinárias no setor bancário, energético, farmacêutico, nos dispositivos médicos… O nosso problema é de impostos excessivos na economia e em muitos setores”, argumenta o antigo ministro das Finanças.
A posição de Eduardo Catroga numa altura em que Bruxelas está a estudar a tributação dos chamados lucros excessivos, os ganhos das empresas com a inflação.
Eduardo Catroga falava à margem da Conferência do 6.º aniversário do Jornal Económico, que decorreu no ISEG, em Lisboa.