26 set, 2022 - 06:17 • Maria João Cunha
Ainda na ressaca das cerimónias fúnebres da rainha Isabel II, batemos à porta do gabinete de um dos mais reconhecidos economistas portugueses a viver em Londres. Depois de 12 dias de luto (e silêncio - do governo, oposição e autoridades económicas), o Reino Unido volta a confrontar-se com uma iminente crise energética e a indigitação de uma primeira-ministra que se destacou por mudar de opinião "muito facilmente".
Por toda a Europa, os receios de que os preços da energia e dos bens essenciais, acompanhados de aumentos das taxas de juro, não sejam comportáveis para boa parte das famílias ensombram um inverno pleno de riscos e incertezas.
Na London School of Economics (LSE), onde dá aulas (e se licenciou antes do PhD em Harvard), Ricardo Reis recebe-nos cedo para uma breve aula de economia em forma de entrevista. Diz-nos que o pacote português de combate à crise inflacionista é "bastante adequado e sensato" e que, tal como na crise Covid, não é propriamente original.
Não tem dúvidas de que esta "seria uma boa altura" para fazer as reformas que tardam há décadas. E sem nomear António Costa, diz que lhe "parece impossível" que "alguém de responsabilidade, quiçá mesmo brio profissional ou patriotismo, num cargo de liderança, olhe para esta situação e não ache que é preciso reformar".
Considera aceitável, para estimular a economia, a redução de uma carga fiscal que em Portugal é "desencorajadora do crescimento e do sucesso" e acredita que "os próximos seis a nove meses vão ser os de maior impacto sobre as famílias".
Ainda assim, Ricardo Reis acredita que esta recessão será "mais pequena do que qualquer outra que tivemos nos últimos 20 anos", mas lembra que evitar o pior depende dos bancos centrais, que "têm deixado a inflação sair um pouco fora do controlo", e das políticas orçamentais, "porque passamos 15 anos a poupar muito pouco".
"A energia pode ser o rastilho, mas o risco são a estagflação [inflação elevada, zero crescimento e desemprego a subir], por causa da política monetária, e/ou uma crise orçamental da dívida soberana por causa dos gastos públicos, sobretudo dos últimos dois anos", diz o premiado especialista em macroeconomia e finanças de Leça da Palmeira, nesta entrevista à Renascença.
E explica-nos ainda como congelar apenas a conta do gás e da luz pode ser a pior medida para combater uma crise energética.
Para ouvir na íntegra clique na imagem em cima.
No inico de setembro, o Governo anunciou um conjunto de medidas de apoio às famílias numa resposta ao processo inflacionista que a economia está a atravessar. O objetivo é atenuar os efeitos da inflação e o aumento dos custos energéticos. As medidas anunciadas por António Costa, e a própria estratégia de comunicação, pareceram-lhe corretas?
As medidas anunciadas pelo Governo de António Costa são em tudo semelhantes ao que se ouve pela Europa fora, mas menores, porque temos uma margem orçamental menor, porque temos uma dívida pública maior e porque temos ainda de estar a pagar o que foram os problemas de há dez e mais anos.
Portanto, nesse sentido, não houve propriamente um rasgo de originalidade diferente do que se fez nos outros países. Claro, há sempre escolhas na margem entre quem paga mais, quem paga menos, onde influenciar mais, onde influenciar menos. Mas pode dizer-se que o pacote português não foi assim tão diferente do que estamos a ver pela Europa fora e em termos do balanço, de como distribuir os custos desta crise, parece-me até bastante adequado e bastante sensato.
Agora, muitas pessoas disseram que este é um pacote pequeno, que não ajuda tanto. Já agora, dissemos exatamente o mesmo em 2020 quando, em resposta à Covid-19, nós também gastámos um terço do que estava a gastar a Alemanha e um quarto do que estava a gastar a Dinamarca. Isto porque nós ainda estamos no seguimento do que foi a nossa crise de há 12 anos, a crise da dívida soberana.
Temos, com toda a legitimidade e toda a sensatez, receio de que venha aí uma nova onda de crises soberanas ou crises orçamentais que, mesmo que não tenham Portugal na sua raiz, podem atingir Portugal como um elo fraco no sentido em que a sua reputação e, sobretudo, o nível da sua dívida continua elevado. E, portanto, temos de nos precaver para isso.
Portanto, regra geral, parece-me que o pacote, tendo em conta o tamanho e a sua composição, é sensato ou em linha com os outros países, tendo em conta os constrangimentos que temos em Portugal.
Há uma questão diferente que foi muito abordada na imprensa em Portugal, que é a forma como foi anunciada, se foi mais transparente, se foi melhor ou pior explicada. Não vou comentar isso com profundidade, outros o farão melhor, mas são críticas legítimas.
Em relação aos efeitos da crise nas famílias: além da inflação, as taxas de juro estão de novo a subir. Como é que perspetiva estes tempos para as famílias e o que é o que aqui faltaria fazer para que o impacto se minimize, sobretudo junto dos mais vulneráveis?
Nos últimos 12 meses, o aumento da taxa de inflação favoreceu bastante aqueles que devem ao banco. E porquê? Porque a dívida em euros passou a valer menos. Mais do que isso, quando eu tenho uma taxa de juro, que pago ao meu banco, de 1% e tenho uma taxa de inflação que está nos 7% ou 8%, em termos reais, na realidade, é o banco que me está a pagar 7%.
Porquê? Porque eu estou só a pagar 1% em euros, mas os euros que vão estar a receber estão a valer menos 8% neste ano. Portanto, no último ano, embora o aumento dos preços tenha afetado as famílias – e de forma alguma deve ser desdramatizado esse impacto – também é verdade que as famílias que têm um empréstimo ao banco têm beneficiado bastante no último ano e, aliás, talvez a razão pela qual não termos ainda visto um maior impacto sobre as famílias desde o aumento da inflação é, precisamente, porque nos últimos meses, nos últimos seis meses, doze meses, as famílias têm beneficiado muito com as taxas de juro nominais muito baixas.
Obviamente que agora, tornando-se inevitável controlar a inflação, as famílias começam a perder esse refúgio da pressão dos preços da inflação para começarem a ter de comportar maiores custos na sua habitação – a subida das taxas dos empréstimos.
Portanto, é verdade que nos próximos seis ou dozes meses, este processo de subida das taxas de juro, ao mesmo tempo que a crise energética se mantém, vai pôr um impacto especialmente forte nas famílias no primeiro semestre de 2023. Daí a necessidade das medidas adotadas pelo Governo de trazer algum alívio aos mais vulneráveis.
Mas é um facto que os próximos seis a nove meses vão ser os de maior impacto sobre os consumidores portugueses, porque não só estão a subir os preços dos bens que consomem, mas também vai subir o custo da habitação. Embora as taxas de juro nominais, as taxas de juro das hipotecas, não estejam a subir ao mesmo nível da inflação, o que quer dizer que quem está a perder mais até são os bancos.
Os bancos estão a perder bastante mais do que as famílias nos empréstimos à habitação. De qualquer forma, a famílias vulneráveis vão começar a perder com esta subida das taxas de juro, por isso também a necessidade destes pacotes de apoio às famílias.
A redução da carga fiscal é uma alternativa a este tipo de pacotes, seria melhor opção?
Na reação a um choque como este era importante apoiar alguns dos mais vulneráveis, sobretudo as famílias, com transferências de rendimentos. Se isso é melhor conseguido com transferências ou com redução de impostos em relação aos mais desfavorecidos parece-me discutível, embora aceitável, que assim seja. Uma redução da carga fiscal sobre as empresas de forma a estimular a economia é defensável e parece-me aceitável. É claramente melhor? Não sei, mas talvez fosse de facto melhor.
Mais, em geral, Portugal tem um problema de uma carga fiscal bastante elevada e, sobretudo, muito desencorajadora do crescimento e do sucesso. E esta seria uma boa altura para reformar esse sistema fiscal.
Portugal precisa de um espírito mais reformador?
Com certeza que sim. Portugal já não cresce há 22 anos. Tirando a Itália, Portugal é o país que menos cresceu na Europa neste período. É o país que tem neste momento, na última década, uma emigração brutal. Saíram tantos portugueses, um rácio da população tão alto agora como nos anos 60, quando fugiam à guerra colonial. Portugal está num processo de estagnação profundo.
Vê-se, aliás, a forma como estamos à venda. Em Portugal, terrenos e casas estão a ser comprados por estrangeiros, que depois fazem dos portugueses caseiros. E é difícil olhar para esta situação e achar que este é um fado, que tem de acontecer assim.
Se Portugal crescesse nos últimos 20 anos como cresceu entre 1990 e 1997 – e não foram propriamente anos de grande prosperidade –, éramos hoje tão ricos como a Holanda. Seríamos hoje 40% mais ricos do que o que somos agora, para se ter uma noção do quão mau tem sido o desempenho económico dos últimos 22 anos.
Parece-me impossível que alguém de responsabilidade, quiçá mesmo brio profissional ou patriotismo, num cargo de liderança, olhe para esta situação e não ache que é preciso reformar. É preciso fazer algo para Portugal voltar a crescer, para que tantos portugueses não escolham abandonar o país por falta de possibilidades, como tem acontecido nos últimos 22 anos.
Está preocupado com a sustentabilidade da Segurança Social.
Com o envelhecimento da população, assim como com a forte emigração dos mais jovens e mais qualificados, torna-se insustentável um sistema no qual são os salários dos que trabalham que pagam a reforma dos pensionistas. Porque há menos pessoas que trabalham e porque, com a falta de crescimento económico, os que trabalham estão a produzir menos em termos relativos, sobretudo para o número de pensionistas que temos.
O problema está bem identificado, está estudado há bastante tempo. Isto quer dizer que a Segurança Social é insustentável. A manter nos próximos 20 anos o que foram os últimos 20, com certeza não há sistema que resista a esta falta de riqueza dos trabalhadores e a este engrossar do número de pensionistas.
Ao mesmo tempo, no entanto, importa resolvermos aquilo que é o problema crucial em Portugal, o problema do crescimento económico, e voltarmos a ter taxas de crescimento normais, ou mesmo um bocadinho acima de normais, para recuperar o tempo perdido nos últimos 20 anos.
Parece-me que esta prioridade resolveria muitos problemas em Portugal. Não ia resolver completamente o problema da sustentabilidade social, mas quase e, portanto, vamos concentrarmo-nos nesse que é o grande desafio.
O Ricardo Reis vive em Inglaterra e nesta fase de grande transformação que o país está a viver – com um novo rei e uma nova primeira-ministra –, o que se perspetiva em termos económicos não é propriamente positivo. Há estimativas que apontam mesmo para taxas de inflação até 18% em 2023. Serão estimativas fiáveis? Com aquilo que sabemos que podem ser as estratégias económicas do novo governo, isto significa que podemos estar perante um desastre económico?
Desastre económico eu não diria. Agora, em primeiro lugar, a estimativa de que a inflação chegue aos 18% em Inglaterra não me parece credível. Parece-me que o mais provável será um pico por volta dos 13%, 14%, talvez 15% num mês. Mas, se olharmos para o ano 2023 como um todo, eu surpreender-me-ia muito se fosse acima dos 10%. Acho que vai ser bastante abaixo, acho que vai ser por volta dos nove, embora ainda haverá aqui muitos choques.
Em segundo lugar, é verdade que na Europa nós temos um choque de oferta no sentido de um aumento do preço da energia, que é brutal e que é causado pelo senhor Putin e pela invasão da Ucrânia. É um choque brutal no sentido em que conduzirá inevitavelmente a uma recessão. No entanto, quando falamos em recessão, não estamos a falar de pressão. Toda e qualquer estimativa sobre o impacto do preço da energia na economia europeia do próximo ano diz que talvez não devamos crescer, ou crescer até positivamente, mas abaixo do que seria normal. Diz que que a taxa de desemprego vai subir do seu atual nível mínimo de 6,5% para talvez chegar a uns 8%, talvez 9%.
Isto está tão longe do que foi sequer a Covid-19, está tão longe do que foi a crise financeira de 2008 e, com certeza, do que foi a recessão em Portugal 2010, 2012 com a crise soberana, que dizer que isto é um desastre económico tendo em conta a história dos últimos 20 anos, é um disparate. É uma recessão mais pequena do que qualquer outra que tivemos nos últimos 20 anos.
Portanto não, não estamos a falar de colapso nenhum. Estamos a falar de uma ligeira recessão económica que com certeza virá. Gerir essa recessão económica tem dois componentes importantes: por um lado a política monetária do Banco Central – e os bancos centrais têm deixado a inflação sair um pouco fora do seu controlo, ao ponto em que esta recessão vem com uma estagflação, um aumento de inflação que persiste, e isso seria muito perigoso porque põe em causa 40 e mais anos de estabilidade de preços.
Em segundo lugar, do lado da política orçamental, repare que, tendo em conta que nós gastamos uma pipa de massa em 2020 a responder à Covid, tínhamos gastado uma pipa de massa entre 2008, 2010, e 2011, à conta da crise financeira e a maior parte dos países nunca tinha pago essa pipa de massa que tinha gasto, tinha pago muito lentamente com muito receio pela austeridade, chegamos agora a 2023 com uma necessidade de responder a esta crise energética e tendo poupado muito pouco nos últimos 15 anos, ganho muito pouco espaço de manobra porque foi sempre a gastar, sobretudo em 2020 e 2021.
Daí haver um receio de que esta crise da energia, que em si não é, novamente, nada fora do especial do que é uma recessão, será um ligeiro abrandamento do crescimento económico, possa espoletar uma crise orçamental como nós em Portugal muito bem conhecemos, mas que outros países como a Inglaterra não conhecem e não imaginam sequer.
A energia pode ser o rastilho, mas o risco são a estagflação, por causa da política monetária, e/ou uma crise orçamental da dívida soberana por causa dos gastos públicos dos últimos 15 anos, sobretudo dos últimos dois anos.
Reduzir os impostos para fazer a economia crescer, parece ser a ideia-síntese de Liz Truss para o Reino Unido enfrentar esta crise. Do que se sabe até agora, o plano da primeira-ministra britânica oferece boas perspetivas?
Não se pode dizer que Liz Truss tenha anunciado um plano em si até agora. Afinal, durante a campanha dentro do Partido Conservador para ser eleita, ela todas as semanas dizia uma coisa diferente: de três em três dias dizia algo diferente e desde que foi eleita isso não mudou. Portanto, ainda não se sabe muito bem o que ela vai fazer.
De acordo com o que conhecemos da sua personalidade, durante o último mês, ela não é uma pessoa de convicções fortes e muda rapidamente de opinião de acordo com o que dizem diferentes conselheiros. Portanto, ainda há bastante expectativa para ver o que irá acontecer.
Agora do que ela já disse, por um lado, há pelo menos alguma perspetiva de o Reino Unido começar a tentar tirar alguma vantagem do Brexit. O processo de Brexit até agora, sendo um processo que tinha efeitos negativos no comércio internacional, na imigração e numa série de outros de fatores importantes para o crescimento da economia, deveria ter também trazido algo positivo em termos de alguma liberdade e flexibilidade na fixação de políticas. No entanto, Boris Johnson, nada ou pouco fez e, portanto, pelo menos poder haver um lado positivo do Brexit em termos de liberdade de regulamentação, de fiscalidade e outros. Talvez comece aqui alguma coisa.
Por outro lado, o que Liz Truss anunciou em concreto parece, acima de tudo, irresponsável e de pouco efeito. É um anúncio de corte de impostos mal pensado, mal concebido. Não é claro que tenha um efeito assim tão positivo, mas de qualquer forma podemos conceder-lhe o benefício da dúvida.
Há quem diga que está a ser uma dogmática que recupera ideias fora de moda (aqui, aqui ou aqui). As ideias que ela traz já não são as ideias que são necessárias nesta altura?
A impressão que eu tive é oposta: ela não é dogmática, mas antes é uma pessoa com muda de opinião muito facilmente, de três em três dias, de acordo com o que lhe diz este ou aquele consultor ou conselheiro que ela tenha por perto. Não é essa a impressão que eu tenho.
É verdade que para ganhar a eleição, ela durante umas semanas vestiu a pele de uma dogmática que falasse para um eleitorado conservador mais envelhecido, agarrado a umas ideias mais dogmáticas, quer a ver com o Brexit quer a ver com uma visão romantizada do que foi o legado de Margaret Thatcher. Mas, tendo em conta que antes desta eleição, se recuarmos mais de um mês, nunca Liz Truss tinha mostrado nenhuma ideia em si particularmente dogmática e forte em toda a sua carreira política, não me parece que seja correto colar-lhe esse adjetivo.
E o que é que Liz Truss precisaria de fazer para minimizar o impacto da crise energética? Limitar apenas a conta de luz e do gás pode, a longo prazo, contribuir para um aumento dos preços?
Durante a campanha para a liderança do partido conservador e, como tal, para primeira-ministra, Liz Truss anunciou que ia pôr um teto na conta de luz. No entanto, isto é um bom exemplo do que têm sido os anúncios de política económica. Inicialmente anunciou um teto, disse que congelarias contas, que não seriam mais altas do que costumavam ser.
Ora, interpretando isto como o nível em março antes do último aumento, seria uma política que praticamente levaria o governo britânico à falência, tal era o custo. O custo estimado eram 140 mil milhões de libras [aproximadamente 158 mil milhões de euros], ou seja, uma fortuna inconcebível. Rapidamente ela recuou e disse "não, não, não, é congelado desde o dia em que eu disse aquilo, desde o próximo aumento”. Portanto, imediatamente, viu-se que aquilo não estava muito bem pensado.
Segundo ponto: congelar o preço é, em si, uma medida má para responder a uma crise energética. Porquê? Porque o que tu queres, precisamente, é que as pessoas, tendo em conta que a energia custa mais a importar, a produzir, seja eu a pagar, seja o Estado, as pessoas têm de consumir menos, têm de ajustar os seus hábitos de consumo, sobretudo as empresas, os seus modos de produção, de forma a usar menos energia. Ora, o que nós vemos, só nos últimos seis meses, nos países que deixaram os preços subir ‘versus’ nos que não deixaram, é que nos países onde os preços mais subiram foram aqueles onde as pessoas menos consumiram também, mais ajustaram novamente estes padrões e, mais do que as pessoas, também as empresas.
E é isso precisamente que tu queres, porque se as pessoas não ajustam, não começam a consumir menos energia, as empresas não consomem menos energia, então acabas com uma conta muito grande para o Estado. O que tem mais sucesso é deixar o preço em si, refletir a relativa escassez e custo deste produto e, ao mesmo tempo, ajudar as pessoas e algumas empresas com transferências de rendimentos que permitem sobreviver, sobretudo aquelas que têm maior impacto e que permitem reduzir ou amortecer ou almofadar os efeitos desse impacto.
Mas congelar o preço é talvez a pior coisa que podes fazer e é aquela que Liz Truss mais anunciou. Para ser claro, todos os países acabam por ter uma combinação de alguma interferência nos preços e algumas transferências de rendimentos. O Reino Unido parece estar no extremo de só congelar o preço e nenhuma transferência de rendimentos, o que é, diria, a pior política. Portanto, até agora [gravamos a 20 de Setembro], o anúncio é bastante desencorajador em termos do que seria boa política económica.