08 out, 2022 - 12:32
O Papa Francisco apelou hoje a "um novo olhar" sobre a economia, baseado no respeito pela dignidade das pessoas, a fim de combater "os males da especulação que estão a alimentar os ventos da guerra".
Francisco salientou no seu discurso que o desenvolvimento "para ser desenvolvimento autêntico, deve ser integral, isto é, visar a promoção de cada pessoa e de toda a pessoa", defendendo, por isso, que "o desenvolvimento ou é inclusivo ou não é desenvolvimento".
O Papa citou o recente romance do escritor norte-americano Paul Auster Mr. Vertigo, que fala da Grande Depressão de 1929, com "agricultores e trabalhadores em todo o lado em estado de alarme" para sustentar que só há uma situação em que "olhar para outro de cima para baixo é legítimo": "Para o ajudar a recuperar".
"Somos todos irmãos e se eu sou o dono de uma empresa, isso não me legitima a olhar para os meus empregados com um ar de desdém. Se sou o CEO de um banco, não devo esquecer que todas as pessoas devem ser tratadas com respeito e cuidado", acrescentou ele.
Acrescentou que "ajudar os pobres com dinheiro deve ser sempre um remédio temporário para fazer face a emergências" e que o "verdadeiro objetivo" deve ser que vivam uma vida digna através do trabalho.