25 out, 2022 - 18:55 • Pedro Mesquita com Redação
A dirigente da DECO, Natália Nunes, é "insuficiente", porque muitas famílias tentam sobreviver com taxas de esforço que ultrapassam, em muito, os 40%.
"Temos algumas dúvidas que a renegociação seja possível para todas as famílias, nomeadamente, aquelas que já têm taxas de esforço muito elevadas", afirma, ouvida pela Renascença.
Segundo o "Jornal de Notícias", os bancos deverão ser obrigados a renegociar o crédito à habitação dos clientes com taxa de esforço acima dos 40%, no total dos seus créditos. Contactado pela Renascença, o Ministério das Finanças não adiantou pormenores nem confirmou o que consta nas notícias divulgadas esta terça-feira.
Natália Nunes defende "que para além destas medidas, deviam ter privilegiado outras medidas que podiam passar pela criação de uma linha de financiamento para as famílias".
"Seria um crédito para pagar algumas prestações de crédito que as famílias teriam depois de devolver ao Estado", explicita.
A dirigente da DECO realça que "as famílias que nos pedem ajuda têm taxas de esforço acima dos 70%" e espera que as medidas não se destinem apenas para o crédito à habitação, mas sim para o crédito geral.
Segundo a representante, em regra, "as famílias que pedem ajuda têm cinco créditos".
Apesar das dificuldades, as famílias não ponderam a entrega da casa e Natália Nunes refere que isso só deve acontecer "em situações extremas".
"As famílias que viram as suas prestações do crédito à habitação serem revistas estão muito preocupadas, porque sabem que dentro de seis meses a um ano, as prestações vão novamente aumentar e os rendimentos não vão acompanhar esse aumento. Daí a necessidade de introduzir medidas que ajudem estas famílias a não entrar numa situação de incumprimento".