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Banco de Portugal

Crédito à habitação abranda, mas valor dos empréstimos é o mais alto desde 2015

26 out, 2022 - 14:21 • Diogo Camilo , Tomás Anjinho Chagas

Pela primeira vez em sete anos, o montante de créditos à habitação em Portugal superou os 100 mil milhões de euros. Associação de bancos alerta para políticas com “efeitos contrários aos desejados”.

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O Banco de Portugal avisou esta terça-feira que o crédito à habitação abrandou, em setembro, pelo segundo mês consecutivo, mas o montante de empréstimos superou os 100 mil milhões de euros pela primeira vez desde junho de 2015.

De acordo com dados divulgados esta quarta-feira, trata-se de um crescimento de 4,4% no valor dos créditos à habitação em relação a setembro de 2021 e de mais 200 milhões de euros em relação ao final de agosto.

No final de setembro, os empréstimos para consumo representavam 20,7 mil milhões de euros, mais 200 milhões de euros do que em agosto, para um crescimento de 6,3% em relação ao ano anterior.

Já o montante de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas era de 76,6 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 1,4% em relação a setembro de 2021. No mês anterior, o crescimento tinha sido de 1,5%.

Associação de bancos alerta para “efeitos contrários aos desejados”

No Parlamento, a Associação Portuguesa de Bancos (APB) alertou para as políticas que possam ter efeitos contrários aos desejados, um dia antes do Banco Central Europeu decidir sobre uma nova subida das taxas de juro, que levará a nova subida nos créditos à habitação.

“Uma das maldições das políticas públicas é que, frequentemente, o resultado dessas é dominado por consequências indesejadas. São iniciadas com uma determinação intenção, mas as reações indiretas que vão desencadear acabam por criar consequências indesejadas que acabam por inverter aquilo que se esperava atingir”, disse o presidente, Vítor Bento.

Para o responsável da APB, cabe ao Governo responder aos problemas que estão a ser vividos pelas famílias, lembrando que são as as pessoas que escolhem a taxa variável quando contraem empréstimos e defendendo que a taxa fixa não pode passar a ser equivalente à taxa variável

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