03 nov, 2022 - 20:15 • Pedro Mesquita , Rosário Silva
O economista João César das Neves considera que pode “demorar algum tempo”, mas os salários vão ter mesmo de subir.
O especialista comentava na Renascença, as declarações do presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro, segundo o qual, há já empresas que estão a ajudar os seus trabalhadores, com o fornecimento de cabazes.
Para o economista, se “as empresas estão a receber mais dinheiro, porque os preços estão a subir”, então o que faz sentido é também subir os salários.
“E vão ajustar. Demora algum tempo, o problema está a ser lento, por causa das incertezas, por causa das tentativas de fugir aos impostos, mas é importante perceber que a única forma disto se resolver, é se os salários subirem o mesmo que os preços subiram e, assim, os trabalhadores não vão ter dificuldades, pois ficam tal como estavam antes”, refere, João César das Neves.
O fornecimento de cabazes “é um truque para fugir aos impostos”, lembra o professor universitário, não se tratando de uma medida de “responsabilidade social”, mas de uma situação de “gestão fiscal”, tendo em conta que “os preços não vão descer, podem subir mais ou menos, mas não vão descer”.
Na opinião do economista, “os trabalhadores estão aflitos” e o Governo continua a “assobiar para o lado”.
“O Governo até já chegou a dizer, no princípio, que não queria subir os salários para promover a inflação, o que é uma ideia genial”, ironiza.
A questão, esclarece é que “pode descer a inflação, mas não vão descer os preços”, e o que as pessoas já perderam, perdido está, sendo que “não o vão recuperar com uma descida da inflação", pois "os preços já subiram e os salários vão ter que subir o mesmo”.
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