03 nov, 2022 - 06:36 • Manuela Pires
A Renascença dá a conhecer três startups foram escolhidas para representar Portugal na edição deste ano da conferência de tecnologia e empreendedorismo Web Summit, que decorre no Parque das Nações, em Lisboa.
As pequenas empresas, com ideias que podem valer milhões, foram selecionadas pelo programa Road 2 WebSummit, da Startup Portugal, para representar o país na maior conferência tecnológica do Mundo.
Procuram investidores para potenciar as empresas que estão incubadas na Universidade do Porto, em Lisboa e Aveiro. Todas pretendem dar resposta aos problemas que afetam os portugueses no dia a dia.
Filipe Fernandes, da WindCredible, teve a ideia de criar a mini turbina eólica quando percebeu que o motor de uma impressora 3D funcionava como um gerador.
A partir daí procurou outros motores que fizessem o mesmo e decidiu usar material reciclado para construir as turbinas. Usa motores de trotinetes, overboards e bicicletas para fabricar a turbina eólica idealizada para meios urbanos.
“Está desenhada para ser colocada no topo dos edifícios, em pilares, capta o vento de todos os lados e é muito versátil”, conta Filipe Fernandes à Renascença.
Web Summit
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Ao contrário das turbinas que estamos habituados a ver nos parques eólicos, estas são diferentes, têm apenas dois metros de altura e um formato diferente.
“As turbinas tradicionais não se dão bem em ambiente urbano. Queremos aproveitar toda a energia que circula na cidade para alimentar as nossas casas e a indústria”, refere um dos fundadores da WindCredible.
Em plena crise energética, esta startup acredita que a turbinas que geram energia renovável vão fazer baixar a conta da eletricidade ao fim do mês.
“Uma turbina com dois metros consegue captar energia suficiente para produzir um terço da energia de uma habitação”, revela Filipe Fernandes.
A WindCredible está incubada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, já ganhou vários prémios e na Web Summit querem captar investimento para começar a colocar estas turbinas nos prédios das cidades portuguesas.
A ideia da Nevaro surgiu na sala de aula, na cadeira de neurociências, do mestrado em Engenharia Biomédica e Biofísica na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Mas foi a pandemia que acabou por dar o mote a esta aplicação móvel que gere a saúde mental. Rita Maçorano é uma das fundadoras da Nevaro, uma empresa que surgiu em plena Covid-19.
“Sou engenheira biomédica, focada em neurociências e sempre trabalhei com dados fisiológicos, mas com a pandemia fez todo o sentido direcionar a aplicação para as empresas, para a gestão da saúde mental no espaço de trabalho”, explica Rita Maçorano à Renascença.
Esta aplicação que está no telemóvel vai gerindo a saúde mental e o bem-estar, e avisa para riscos de "burnout", através de métodos clinicamente validados.
“Através de dados fisiológicos, como a respiração, o batimento cardíaco conseguimos perceber como a pessoa está e sugerir estratégias corretas para gerir a nossa saúde mental”, conta A fundadora da Nevaro.
Por exemplo, nesta app existe um termómetro da ansiedade. Basta colocar o dedo na câmara e o resultado aparece em 30 segundos, a partir daí, a aplicação sugere estratégias de gestão adequadas ao estado de cada um, até porque a saúde mental é diferente de pessoa para pessoa.
Para já, a Nevaro está apenas disponível para empresas com mais de 250 trabalhadores, mas no futuro Rita Maçonaro quer que todas as pessoas possam ter no bolso esta aplicação que ajuda a gerir a saúde mental.
André Mendes nasceu no Brasil, mas está há quatro anos em Portugal. Desde há um ano e meio que é um dos responsáveis pela Senior Support, uma aplicação gratuita para o telemóvel que torna mais fácil a vida dos cuidadores informais.
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“Os cuidadores informais podem organizar melhor o dia a dia, diminuindo o risco de quedas, de acidentes ou erro na medicação. É uma informação personalizada para cada um deles”, refere André Mendes.
A aplicação tem ainda alertas para a toma dos medicamentos e para as consultas. Mas tem ainda muita informação sobre como cuidar dos idosos.
Na Web Summit a Senior support está á procura de investimento para melhorar a aplicação.
“Queremos construir um sistema web para integrar relógios inteligentes, câmaras. Reunir toda a informação num só lugar para que a família, mesmo longe, possa estar próxima da pessoa de quem cuida”, revela André Mendes à Renascença.