17 nov, 2022 - 17:43 • Ana Carrilho
A nova presidente do Banco de Fomento, Celeste Hagatong, que oficialmente toma posse na sexta-feira, aproveitou a sua primeira presença pública para deixar recados ao Governo.
No Congresso da Associação de Hotelaria de Portugal, que decorre até amanhã em Fátima, Celeste Hagatong referiu que não é o excesso de burocracia que trava a vontade dos empresários recorrerem ao financiamento através das linhas de crédito disponibilizadas pelo Governo.
No painel sobre “Investimentos em tempos de mudança”, em que participou com o ex-ministro da Economia Pedro Siza Vieira e Paulo Soares de Pinho, docente da Nova SBE, Celeste Hagatong sublinhou que o problema é o tempo excessivo entre o anúncio dos programas e a altura em que ficam acessíveis. Garantiu que, no que depender do Banco, isso acaba.
“Ter estes prazos reduzidos é essencial. Eu venho de um banco e, para nós, o tempo é uma coisa importantíssima. Da parte do Banco de Fomento vamos rever, de certeza, todos os processos internos de forma a que as coisas sejam tão rápidas quanto possível”, sublinhou.
Muito depende das decisões do Ministério da Economia e das Finanças. Por isso, a nova presidente do Banco de Fomento lembra que o sucesso da economia também depende da rapidez de decisão.
“Nestes produtos há muitos que têm intervenção dos ministérios da Economia e das Finanças e as coisas começam a não estar nas nossas mãos, mas espero que nesses dois ministérios o tempo de levar os produtos à economia é a razão do sucesso, sob pena de os produtos saírem fora de tempo como aconteceu no âmbito da Covid. Foi tão longa a negociação que, quando apareceram, já a economia estava a dar sinais de normalidade e o problema mais grave tinha sido ultrapassado.”
Celete Hagatong toma posse na sexta-feira e foi escolhida pelo ministro da Economia, António Costa Silva. A presidente executiva vai ser Ana Carvalho, apontada pelo ex-ministro Pedro Siza Vieira. Vieram ambas da COSEC.
Nas últimas horas surgiram, algumas notícias sobre os vencimentos que vão auferir. O jornal ECO refere que Celeste Hagatong vai receber 300 mil euros por ano e Ana Carvalho 280 mil. Vencimentos três vezes superiores aos que auferia a anterior presidente Beatriz Freitas.
Questionada sobre a notícia no Congresso da Associação de Hotelaria de Portugal, Celeste Hagatong escusou-se a fazer qualquer comentário.