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Apoio de Portugal à Agência Espacial Europeia pode atingir 115 milhões de euros

22 nov, 2022 - 18:22 • Lusa

Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior realça que a "Europa tem de ser mais ambiciosa" no capítulo da exploração espacial para não depender de Estados Unidos e China.

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A agência espacial portuguesa esclareceu hoje que o financiamento de Portugal aos programas da Agência Espacial Europeia (ESA) é de 102,7 milhões de euros, podendo atingir os 115 milhões no conselho ministerial da ESA, em curso em Paris.

Os 22 países que integram o conselho ministerial da ESA estão reunidos até quarta-feira em Paris, tendo-se comprometido a reforçar o seu financiamento, segundo disse hoje à Lusa a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Elvira Fortunato disse que as suas expectativas para o encontro são “extremamente positivas”, sobretudo depois de ouvir as intervenções iniciais dos seus homólogos.

“Todos concordaram em aumentar o orçamento para a ESA para termos autonomia, em termos europeus, no que concerne toda a área do espaço e, com isso, podermos também alavancar a economia e resolver parte dos problemas que temos”, disse a ministra.

“Neste momento está previsto um investimento para os próximos cinco anos de 115 milhões de euros nos programas da ESA, mas o que lhe posso dizer é que, de forma similar àquilo que aconteceu com os outros Estados, vai haver aumentos”, adiantou Elvira Fortunato.

Fonte oficial da Portugal Space, a agência espacial portuguesa, tutelada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, explicou mais tarde à Lusa que o montante subscrito até agora por Portugal é de 102,7 milhões, podendo vir a atingir os 115 milhões durante a reunião da ESA em curso.

A mesma fonte esclareceu que as subscrições da ESA são realizadas por um período de três a cinco anos, pelo que a subscrição que for aprovada em Paris só será revista dentro de três anos, no conselho ministerial de 2025.

Ainda em declarações à Lusa, a ministra disse que “a Europa tem de ser mais ambiciosa” e acrescentou: “Não podemos estar continuamente a depender de dados ou de soluções que nos são impostas e vendidas por outros Estados”, designadamente os Estados Unidos e a China.

Da parte de Portugal, Elvira Fortunato explicou que desde 2016, quando reforçou a sua posição na ESA, de que é membro desde 2000, o país “tem vindo a aumentar a sua contribuição financeira” e destacou a posição estratégica, sobretudo dos Açores, e a participação de investigadores e da indústria portuguesa em programas de desenvolvimento científico e tecnológico.

Num balanço da primeira manhã do Conselho Ministerial, a ministra destacou da intervenção do diretor-geral da Agência, Josef Aschbacher, as palavras dirigidas às gerações mais novas e o compromisso para a preservação do planeta, que também sublinhou no seu discurso.

“Vivemos hoje uma encruzilhada geracional em que a nossa geração trouxe progresso e prosperidade, mas falhou em ver que o mundo tem limites naturais, e agora esta geração jovem está forçada a resolver o que fizemos mal. Mas temos esperança e a esperança é mais forte do que o medo”, disse a responsável no seu discurso.

Elvira Fortunato disse ainda à Lusa que o espaço tem igualmente um papel no combate às alterações climáticas e na preservação da biodiversidade, através da avaliação e controlo da atmosfera, dos solos e das florestas, possibilitada pelos satélites.

“Isso dá-nos informação muito específica para sabermos em que situação esses territórios se encontram e em que medida os podemos proteger”, referiu, apontando, por outro lado, a necessidade de assegurar “um espaço sustentável para uma Terra sustentável”, a respeito da gestão e controlo do lixo espacial.

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