29 nov, 2022 - 06:54 • Carla Fino , Carla Caixinha
“Vamos ter um ano complexo.” Francisco Assis defende ser preciso encontrar um equilíbrio económico para fomentar políticas anti-inflacionistas, para não se correr o risco de agravar a pobreza no país.
À Renascença, o presidente do Conselho Económico e Social (CES) diz ser preciso olhar para os mais desfavorecidos, mas deixa um alerta: a classe média corre o risco de empobrecer ainda mais.
“Os setores mais desfavorecidos em Portugal não se limitam àqueles que estão numa situação de pobreza em termos de indicadores estatísticos. Há uma classe média que está quase no limiar e se não houver uma preocupação de atender às necessidades deste segmento corremos alguns riscos de uma parte dessa população cair também em situações de pobreza.”
O presidente do CES não tem dúvidas em afirmar que a crise em Portugal é uma situação agravada pela guerra na Ucrânia. Por isso, avisa que é urgente definir políticas anti-inflacionistas, para não se correr o risco de agravar a pobreza no país.
“Estamos confrontados com uma gravíssima crise que decorre em grande parte da guerra e estamos com uma inflação elevada…e se não calibramos adequadamente as políticas anti-inflacionistas corremos algum risco de criar aumentar substancialmente as situações de pobreza no país”, defende.
A questão da pobreza no país levou o CES a elaborar um relatório sobre a questão. Os resultados serão conhecidos na próxima reunião de Concertação Social.
“Temos indicadores muitos claros e na próxima reunião, que vai decorrer no dia 12 de dezembro, vou levar tema a discussão para os conselheiros do CES tomem conhecimento da realidade atual para depois se debater o assunto”, avança.
O Conselho Económico e Social (CES) promove, esta terça-feira em conjunto com o jornal Público, uma conferência para analisar o novo aeroporto para Lisboa. Um debate que conta com várias abordagens da sociedade, numa altura em que o Governo promete uma decisão final sobre a localização no próximo ano...
Para Francisco Assis este é um tema que tem obrigatoriamente de ser discutido por todos, até porque tem um impacto não só para a região de Lisboa, mas para todo o país.
“É um assunto muito importante que não se pode esgotar nem na vida partidária, nem na vida parlamentar. É um assunto que tem de ser discutido pelo conjunto da sociedade portuguesa, pois é algo que interessa a todo o país, pois a localização do aeroporto tem um verdadeiro impacto nacional”, explica.