15 dez, 2022 - 13:19 • Ricardo Vieira
As taxas de juro vão aumentar 50 pontos base, anunciou esta quinta-feira o Banco Central Europeu (BCE), confirmando a previsão o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, em entrevista à Renascença no início do mês.
"O Conselho do BCE decidiu hoje aumentar as três principais taxas de juro do BCE em 50 pontos base e, com base na substancial revisão em alta das perspetivas de inflação, espera aumentá-las ainda mais", refere a instituição liderada por Christine Lagarde, em comunicado.
O BCE sublinha que, para atingir a meta de 2% de inflação, "as taxas de juro terão ainda de subir significativamente a um ritmo sustentado".
"Assim, a taxa de juro das operações principais de refinanciamento e as taxas de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez e da facilidade permanente de depósito serão aumentadas para 2,50%, 2,75% e 2,00%, respetivamente, com efeitos a partir de 21 de dezembro de 2022", adianta o BCE.
Em conferência de imprensa, a presidente do BCE, Christine Lagarde, adiantou que são esperados novos aumentos de 50 pontos base nas taxas de juro nas próximas revisões.
“Tendo em conta a informação disponível, uma subida significativa a um ritmo constante significa que devemos esperar a subida dos juros em 50 pontos base, por um período de tempo.”
Lagarde anunciou, também, que os apoios do Banco Central Europeu à divida terminam em março de 2023.
No comunicado divulgado ao início da tarde, o BCE refere que os técnicos "reviram significativamente em alta as suas projeções de inflação".
De acordo com as novas previsões, a inflação média deverá atingir os 8,4% em 2022, antes de cair para 6,3% em 2023, "com a expectativa de que a inflação diminua acentuadamente ao longo do ano".
"A inflação é então projetada para uma média de 3,4% em 2024 e 2,3% em 2025. A inflação excluindo energia e alimentos é projetada para ser de 3,9% em média em 2022 e subir para 4,2% em 2023, antes de cair para 2,8% em 2024 e 2,4% em 2025."
O BCE alerta que a economia da zona euro pode contrair neste trimestre e no próximo, "devido à crise energética, elevada incerteza, enfraquecimento da atividade económica global e condições de financiamento mais restritivas".