16 dez, 2022 - 11:07 • Lusa
O Banco de Portugal melhorou ligeiramente as previsões de crescimento do PIB para 6,8% este ano, mas piorou as de 2023 para 1,5%, e está mais pessimista quanto à inflação, prevendo 8,1% este ano e 5,8% em 2023.
No Boletim Económico de dezembro, a instituição liderada por Mário Centeno, prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 6,8% este ano, quando em outubro previa 6,7% e em junho 6,3%.
A previsão fica próxima da do Governo, já que no Orçamento do Estado para 2023, o Executivo estima uma expansão do PIB de 6,5% este ano, mas o Primeiro-ministro disse acreditar que chegue a 6,7%.
No entanto, o regulador bancário está mais pessimista relativamente a 2023 face a junho, prevendo um crescimento de 1,5%, quando anteriormente estimava 2,6%. Mas é ligeiramente mais otimista do que a do executivo que projeta uma expansão de 1,3%.
No que toca à inflação, o supervisor bancário volta a piorar as estimativas e projeta uma taxa de 8,1% este ano e de 5,8% em 2023, quando em junho previa 5,9% em 2022 e 2,7% em 2023 (em outubro já estimava uma taxa de 7,8% para este ano).
Regulador está, assim, mais pessimista do que o Executivo, que prevê que o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor atinja 7,4% este ano e 4% em 2023.
O Banco de Portugal (BdP) apelou para que se evitem estímulos orçamentais generalizados, já que a redução da inflação implica uma coordenação entre a política monetária e dos agentes económicos.
O supervisor bancário reitera a mensagem de que a redução da inflação é responsabilidade primordial da política monetária, mas deverá envolver também a coordenação dos vários agentes económicos.
"Devem evitar-se estímulos orçamentais generalizados", reitera a instituição liderada por Mário Centeno, reforçando a mensagem que o governador tem vindo a transmitir ao longo do ano.
Para o BdP, "num contexto de perda de termos de troca da economia -- que implica uma perda de rendimento real que deve ser partilhada -- é importante a coordenação das expectativas em torno do objetivo de estabilidade de preços do Banco Central Europeu".
Volta a defender ser necessário assegurar que "os aumentos dos salários e das margens das empresas não geram pressões inflacionistas persistentes, com consequências negativas para a competitividade e a estabilidade macroeconómica".