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Portugal está a meio caminho da recessão

03 jan, 2023 - 15:18 • Sandra Afonso com redação

Última análise do Fórum para a Competitividade mostra que a economia terá caído no quarto trimestre para terreno negativo. Cenário contraria as estimativas do Governo.

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O Fórum para a Competitividade alerta que o país está a meio caminho da recessão. A última nota de conjuntura mostra que a economia terá caído no quarto trimestre para terreno negativo, com uma variação entre -0,1% e 0,2%.

Os números são avançados à Renascença por Pedro Braz Teixeira, que lidera o gabinete de estudos do Fórum para a competitividade.

Perante este cenário, a economia portuguesa deverá estar a caminho de uma recessão técnica, que são dois trimestres consecutivos negativos, o que contraria o que têm sido as estimativas do Governo. “Estamos a meio caminho de entrar em recessão… em linha com o que se vai passar na União Europeia. Mas se for relativamente curta e só demorar dois trimestres, não é muito grave e nós podemos recuperar no resto do ano”, assume.

O Fórum para a Competitividade rejeita ainda que a economia esteja a convergir com a União Europeia, como defende o ministro Fernando Medina. “Se fizermos o cálculo dos três anos - 2020, 2021, 2022 - verificamos que Portugal, em média, cresceu uma décima acima da União Europeia. Ora, uma décima não se pode considerar convergência, porque a este ritmo precisamos de mais cem anos para chegar à média da União Europeia.”

Pedro Braz Teixeira critica ainda a forte quebra do investimento público, face ao que estava previsto, nomeadamente na saúde, onde está a cair 2% quando devia subir 154%.

Outro exemplo é a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O Fórum diz que o Presidente da República tem motivos para se preocupar com a execução dos fundos comunitários. “Não só o conjunto do ano não apresenta bons valores, como no final do ano não houve qualquer tipo de recuperação, pelo contrário, houve um agravamento dos atrasos.”

Nas últimas quatro semanas foram aprovados apenas 208 milhões de euros de projetos e os pagamentos aumentaram apenas 120 milhões. Segundo o Fórum para a Competitividade, o país está muito longe da meta de pagamentos.

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