24 jan, 2023 - 19:52 • Ana Carrilho Lusa
O secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, anunciou, esta terça-feira à tarde, o lançamento da 3.ª edição do REVIVE na primeira quinzena de fevereiro. São entre 15 a 20 imóveis degradados que vão ser requalificados para fins turísticos. O anúncio foi feito no final do almoço com membros da Associação da Hotelaria de Portugal.
O governante não referiu localizações, mas frisou a necessidade de se valorizar e desenvolver os territórios do Interior, "ao mesmo tempo que se consolidam destinos mais maduros como Lisboa, Algarve ou Madeira".
O REVIVE foi criado há seis anos. A primeira edição teve 33 imóveis, a segunda 15 e esta terceira deverá incluir cerca de duas dezenas. Tratam-se de edifícios postos a concurso para concessão privada, aptos para atividade económica turística com fins lucrativos.
Na sua intervenção, Nuno Fazenda reafirmou as cinco grandes prioridades políticas para o seu mandato: atração e valorização profissional e remuneratória dos profissionais do setor; apoio às empresas; valorização do território, a dupla transição climática e digital e o reforço da notoriedade internacional de Portugal.
Bernardo Trindade, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), lembrou Nuno Fazenda de que chegou ao Governo numa boa altura: em 2022a receita turística atingiu os 22 mil milhões de euros, mais 22% do que em 2019. “Em 2023, podemos ter um crescimento desta natureza e faremos a nossa parte”, garantiu o hoteleiro.
Uma “deixa” para recordar ao Secretário de Estado do Comércio e Turismo que se as receitas cresceram, as despesas também. Bernardo Trindade afirmou que é altura do Governo pensar numa nova estrutura de financiamento às empresas, apoiar o setor nos custos energéticos, “que são mais elevados na época baixa”.
Em relação aos Recursos Humanos, além de ser necessário atrair e reter talento, a Associação insiste na necessidade de agilizar a política de imigração e de criar condições para que os estrangeiros se possam estabelecer em Portugal, nomeadadamente com acesso à habitação.
Outra questão importante é a mobilidade. Bernardo Trindade deu como exemplo o Algarve, onde há poucos transportes, o que dificulta a deslocação dos trabalhadores, nomeadamente para trabalhar na hotelaria, em que os horários são muito diversificados. O presidente da AHP defendeu que, uma das aplicações do PRR (Programa de Recuperação e Resiliência) no terreno, poderia ser a criação de uma rede de transportes intermunicipais.