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presidente da Região de Turismo do Alentejo

​Indecisão sobre o novo aeroporto é "novela ridícula", mas Beja não é opção

14 fev, 2023 - 23:51 • Ana Carrilho

Em entrevista à Renascença, o presidente da Região de Turismo do Alentejo desafia o primeiro-ministro a tomar uma posição. "Um Governo tem a maioria absoluta para quê. Para dialogar?", afirma Vítor Silva.

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A indecisão sobre o novo aeroporto é novela ridícula, mas Beja não é opção, afirma o presidente da Região de Turismo do Alentejo, Vitor Silva, em entrevista à Renascença.

Para um destino que depende muito da procura externa, as ligações aéreas são importantes. A localização do novo aeroporto de Lisboa está por decidir e o presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo diz que não percebe porque é que António Costa ainda não tomou uma decisão. Fora das opções Vitor Silva deixa Beja, que muitos têm defendido.

Que impacto para o turismo e para a economia é que está a ter esta indecisão do Governo em relação ao novo aeroporto de Lisboa?

Neste momento talvez não esteja a ser tão grande. Mas vai ter, se queremos crescer em 2023. É uma novela perfeitamente ridícula. Um Governo tem a maioria absoluta para quê. Para dialogar? Não percebo porque é que ainda não se tomou uma decisão.

Em Portugal acontecerá sempre isto: o Governo o que estiver no poder, seja qual for, tem uma ideia para o aeroporto e a oposição estará sempre contra. Porque é assim que se faz política em Portugal. Eu não percebo porque é o primeiro-ministro, que até é uma pessoa bastante resoluta, ainda não tomou a decisão.

E qual seria a sua opção?

Eu não sou especialista em aviação e, portanto, prefiro que sejam os técnicos a dizer.

Também tem um aeroporto na sua terra natal, Beja. O que se faz com esse aeroporto?

Está-se a fazer muita coisa e a gerar muito emprego.

Por exemplo, podia chegar mais turistas a Beja, aumentando o fluxo para o Alentejo e Algarve?

São poucos, muito poucos. Eu sei que o que vou dizer agora não é nada popular porque lá em Beja toda a gente achou que o aeroporto era uma espécie de “papel mata-moscas”. O aeroporto está lá e as moscas vão para lá.

Fiz parte da primeira equipa de marketing do Aeroporto de Beja. No tempo em que a ANA era pública, andámos por esse mundo fora, pelos sítios onde se encontram as companhias aéreas, a convencê-las a voar para Beja.

Mas aquele aeroporto não pode receber voos regulares, a sua vocação fundamental está ligada à carga e estacionamento de aeronaves, manutenção de aeronaves e uma coisa que ninguém gosta, que é o desmantelamento de aeronaves. É um grande negócio.

Atualmente, os aviões são desmantelados e aproveita-se tudo. Não é bonito, não é sexy ver ali montanhas de ferro velho, mas é um negócio lucrativo. Neste momento trabalham no Aeroporto de Beja cerca de 150 pessoas.

E tem outra vocação que normalmente não é notícia: recebe muitos voos de aviação executiva porque as pessoas já não podem ir para Tires. Depois há muitos artistas, gente rica que vai para Costa Alentejana, ou que vai caçar e deixam ali os aviões privados. O ano passado tivemos à volta de 120 voos destes.

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