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​Turismo de Portugal: Depois dos EUA a aposta segue para a América do Sul e Ásia

27 fev, 2023 - 00:15 • Ana Carrilho

Em entrevista à Renascença, o presidente do Turismo de Portugal lembra que o primeiro mercado estrangeiro é o europeu, “ainda é ele que alimenta a indústria turística”, mas, nos mercados de longa distância, o continente americano assume especial importância.

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Nos últimos três anos, o mercado norte-americano cresceu mais de 50% em receita turística. As cinco companhias que garantem as ligações a Portugal – entre as quais a TAP - ajudam. São turistas que além das cidades de Lisboa e Porto, percorrem todo o país, em qualquer altura do ano – ajudando a reduzir a sazonalidade – e gastam bastante.

Em entrevista à Renascença, o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, lembra que o primeiro mercado estrangeiro é o europeu, “ainda é ele que alimenta a indústria turística”, mas nos mercados de longa distância, o continente americano assume especial importância.

“Estados Unidos e Canadá, Brasil - pelas ligações aéreas, mas também pela ligação que tivemos ao longo destes anos e de crescimento. E é um belíssimo exemplo de como nós conseguimos posicionar também outras regiões do país, como o Alentejo, o Centro, o Douro, no mercado brasileiro.”

No entanto, Luís Araújo revela que na América do Sul há outros mercados emissores interessantes, como o México. “O mercado mexicano tem um enorme potencial financeiro e estamos a olhar para ele há alguns anos com muita atenção. Permite-nos, através das ligações com Espanha e do hub de Madrid, se calhar, captar o mercado mexicano, mas também o colombiano, o peruano, enfim os maiores mercados emissores daquela zona. “

Na Ásia, apesar das condicionantes a viajar que ainda existem, o foco do Turismo de Portugal vai especialmente para a Coreia do Sul (um mercado muito importante, por exemplo, para Fátima) e para a China, pelo volume. Em 2019 recebemos mais de 300.000 turistas chineses, o que é muito positivo.

A Austrália, especialmente com a atração pelo surf, também está no radar do Turismo de Portugal.

“O grosso das nossas campanhas e das nossas ativações de marca vão para os mercados que já nos conhecem, mas isso não significa que não olhemos para estas oportunidades de forma muito clara, sempre baseados nas ligações aéreas e na forma como trazemos os turistas até cá e em parceria com os stakeholders nacionais.”

Pela qualidade que oferece, o destino Portugal é cada vez mais caro e torna-se menos acessível ao bolso de muitos portugueses. Luís Araújo desmistifica e frisa que há uma oferta muito diversificada, em termos financeiros.

Lembra que durante a pandemia, o mercado nacional foi a alavanca, a grande salvação do turismo português. Uma altura em que muitos descobriram ou redescobriram o seu país, visitaram regiões que não conheciam e tiveram acesso a muitos produtos novos (restaurantes, hotéis, experiências turísticas, animação, natureza).

“E acho que vamos continuar a ter muita atenção do mercado nacional”. Apesar da subida dos preços, devido à guerra, à inflação, ao aumento dos custos com energia, bens, serviços e mão-de-obra. “Mesmo assim, há oferta para todos.”

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