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Inflação de bens essenciais

Ministro da Economia "não está a contar a história toda", critica APED

09 mar, 2023 - 19:23 • Pedro Mesquita

Gonçalo Lobo Xavier diz à Renascença que a ASAE está a gerar intranquilidade entre os consumidores, e considera pouco avisada a posição do ministro da Economia sobre o aumento significativo dos preços dos bens essenciais.

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Diretor-geral da APED critica o ministro da Economia
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O diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) diz que o ministro da Economia não está a contar a história toda, a propósito do aumento significativo de preços nas prateleitas dos supermercados.

António Costa Silva disse esta quinta-feira que há praticas abusivas a sancionar e prometeu uma acção inflexivel.

Na resposta, Gonçalo Lobo Xavier diz à Renascença que a ASAE está a gerar intranquilidade entre os consumidores, e considera pouco avisada a posição do ministro da Economia.

Como reage ao anúncio da ASAE e a posição assumida por António Costa e Silva?

Em primeiro lugar, dizer que a ASAE faz o seu trabalho e nós, a distribuição e todo o comércio, vive muito bem com isso. O que nos preocupa é esta forma de comunicar e de transmitir a intranquilidade aos consumidores. Isso é que é inaceitável do nosso ponto de vista. A ASAE faz o seu trabalho, fez investigação, e no universo de 120 visitas apurou um conjunto determinado de questões que suscitaram dúvidas.

Ora nós, não conhecendo o relatório da ASAE, tivemos oportunidade de explicar ao Senhor Ministro da Economia e ao Senhor Primeiro-Ministro ontem porque é que os preços estão a aumentar. Os preços estão a aumentar porque estão a aumentar em toda a cadeia.

Acontece que o retalho é que dá a má notícia ao consumidor, mas todos os preços que foram referidos nas peças têm justificação para terem aumentado. E aumentaram na produção e na indústria. Foram os produtores e os nossos fornecedores que nos aumentaram o preço e nós, infelizmente, tivemos que o transmitir ao preço final para os consumidores os isso nós.

O que me está a dizer é que a responsabilidade por essa intranquilidade é da ASAE...quanto ao mais, a subida de preços é natural?

A subida de preços é algo que tem vindo a acontecer no índice de preços do produtor e no índice de preço da indústria alimentar. Repare, o nosso índice de preços no retalho e na distribuição aumentou 16%, em média.

O índice de preços do lado da produção agrícola aumentou 33% e na indústria aumentou 18%. Ora, é evidente que não se pode analisar um produto numa prateleira sem contabilizar tudo o que está por trás.

A produção está a enfrentar aumentos de custos dos fatores de produção muito significativos. Evidentemente que isto tem consequências.

E o ministro António Costa Silva também está, com as suas palavras, a contribuir para essa intranquilidade?

O ministro Costa e Silva não está a contar a história toda porque o preço de um bem tem uma composição.

Referir-se ao nosso setor de uma forma dúbia, e que levanta a questões aos consumidores, não é propriamente uma atitude avisada do ministro da Economia junto de empresas que representam mais de 95 mil colaboradores em todo o país.

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  • José J Cruz Pinto
    10 mar, 2023 ILHAVO 12:20
    Este, ou nos toma por parvos, ou não sabe fazer contas - tem de voltar à escola. Quando eu de lá saí, ainda antes de fazer 10 anos, já me tinham ensinado que uma percentagem (da inflacção, por exempo) sobre todas as parcelas de um conjunto (do valor acrescentado global, por exemplo) dava o mesmo resultado que essa mesma percentagem sobre o valor final. Mas parece que no comércio e serviços, em Portugal, as contas fazem-se de modo diferente, e o Governo parece não ter autoridade para ensinar e impor uma tabuada única. [Ficamos então à espera de que alguém, ou o reclamante da notícia, nos venha "contar a história toda".

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